A Força de Minagem
e Varredura da Marinha do Brasil surgiu em 12 de maio de 1962, chegando aos
seus 54 anos de história e tradições, a ForMinVar com sede em Aratu na Bahia,
enfrenta hoje um momento crítico de sua existência. Seus meios navais
encontram-se defasados e mesmo obsoletos para o moderno teatro de operações.
Atualmente a força possui á sua disposição apenas cinco das originalmente
seis embarcações da Classe "Aratu", A Classe Aratu corresponde
a classe de navios varredores
de minas construídos sob o projeto da Schütze-Klasse da Alemanha. Os navios foram adquiridos
pela Marinha do Brasil entre 1971 e 1975, somando seis
embarcações, porém a M-19 "Abrolhos" foi recentemente
descomissionada, restando em operação os seguintes "vasos": M-15
"Aratu", M-16 "Anhatomirim", M-17 "Atalaia",
M-18 "Araçatuba" e M-20 "Albardão".
Estes
navios foram construídos com casco de madeira e materiais não magnéticos para diminuir a
influência dos mesmos nos seus equipamentos de detecção. Devido ao material de
construção, após trinta anos de serviços, estas embarcações começaram a
apresentar um elevado nível de desgaste. Diante da falta de recursos para a sua
substituição ou modernização, a Marinha Brasileira iniciou um programa de
revitalização em 2001, que foi desenvolvido na Base Naval de Aratu tendo por
objetivo prolongar a vida destas embarcações, porém, hoje fica claro que não há
mais condições de se prorrogar por muito tempo o tempo de operações destes
meios que já chegaram ao fim de suas vidas úteis.
Hoje circulando
pela Marintech 2016 tive o prazer de encontrar com Major General Pieter
Verbeek, diretor de desenvolvimento de negócios da SAAB do Brasil. Neste
encontro no stand da SAAB, tive a oportunidade de conversar um pouco sobre as
soluções ao mercado da industria naval que a SAAB trouxe para nos apresentar.
Durante a conversa, onde abordamos sobre diversos produtos e soluções da SAAB,
os quais serão tema de futuras matérias, como a nova classe de submarinos
suecos, Pieter me apresentou o MCMV, uma embarcação caça-minas e de varredura
que vem a responder adequadamente as necessidades de nossa marinha.
Com embarcações
modernas e muito eficientes, aliadas á um know how de décadas no
desenvolvimento de Navios Caça-Minas, me deparei com o MCMV- 47, uma embarcação
construída em material composto, que confere grande leveza, manobrabilidade e
resistência ao projeto.
O MCMV - 47 está equipado
para destruir minas e realizar varredura mecânica de minas, podendo operar o
sistema de varredura de minas autônomo autopropulsado Acústico-Magnético
(Selfpropelled Acoustic Magnectic SAM) controlado remotamente. É um navio
versátil, projetado desde o início para a fácil adaptação afim de atender às
diversas demandas de seus operadores.
Toda a estrutura do casco e
do convés no MCMV- 47 é feita de plástico reforçado com fibra de vidro (GRP). O
material utiliza um método especial de camadas (como se fosse um sanduíche),
desenvolvido em estreita cooperação entre a Administração de Materiais de
Defesa Sueca (FMV) e a Saab. O composto possui um núcleo que consiste de espuma
rígida entre duas camadas de laminado de fibra de vidro. Possui uma massa menor
do que um casco de placas únicas, sendo mais fácil de fabricar que outros
materiais, e a estrutura resultante confere excelentes propriedades aos MCMV.
Algumas destas propriedades
são:
- · Baixo peso
- · Baixa assinatura magnética
- · Baixa assinatura acústica (isolamento)
- · Baixa assinatura infravermelha (isolamento)
- · Baixa assinatura elétrica (UEP/ELFE)
- · Baixa assinatura de pressão
- · Alta resistência a impactos
- · Boa resistência a incêndio
O material é ao mesmo tempo
não corrosivo e não degradável. Sendo de fácil reparação e requer um mínimo de
manutenção, necessitando apenas do básico, como limpeza e pintura. Isto melhora
significativamente o custo de manutenção durante o ciclo de vida, aumentando a
expectativa de vida do casco e reduzindo o custo total do ciclo de vida (LCC).
Isto foi confirmado por extensos testes de materiais e mais de 40 anos de
serviço dos navios.
A função da classe Koster é, principalmente,
caçar minas. Sua função secundária é a varredura de minas, onde pode atuar como
uma plataforma de comando e controle de drones não tripulados para varredura,
tais como o SAM, ou rebocar um dispositivo mecânico de varredura, atrás do
navio.
Diferente dos caça-minas de
função única, o MCMV 47 da classe Koster (originalmente, classe Landsort) foi concebido como um navio
multipropósito, capaz de executar várias tarefas de guerra de minas e também de
participar de guerra antissubmarino (ASW).
O projeto da classe Koster está testado e
extensivamente verificado, com a experiência operacional adquirida por uma infinidade
de operações MCM, incluindo aquelas com minas reais e com explosivos
submarinos. Sete navios desta classe foram entregues à Marinha Real Sueca e mais
quatro para a Marinha da República de Singapura.
Devido à grande variedade
de missões de guerra de minas, muitos requisitos específicos foram considerados
no projeto do MCMV 47 da classe Koster.
Alguns destes requisitos
são:
- · Alta resistência a impactos por explosões submarinas
- · Baixa assinatura
- · Excelente manobrabilidade
- · Proteção nuclear, química e biológica (NBC) plena
- · Compatibilidade eletromagnética (EMC)
- · Acomodações espaçosas e farto suprimento para missões prolongadas
O MCMV 47 da classe Koster está permanentemente equipado
para caçar minas e para varredura de minas. O navio é um poderoso sistema de
combate MCM que suporta ambos os modos de operação. Quatro tipos diferentes de veículos
submarinos são utilizados para detectar, identificar, classificar e neutralizar
qualquer tipo de mina. Para varredura de minas, a classe Koster está equipada com uma varredura
mecânica e serve como uma plataforma de comando e controle para drones não
tripulados para varredura de minas. Isto inclui o sistema SAM, que é utilizado
para varredura de minas magnéticas, elétricas e acústicas.
Dependendo dos requisitos
do cliente, o sistema pode ser composto por:
- Sistema de comando e de controle para MCM
- Sistemas de sonar para caçar minas, como o Sonar de Casco (HMS) e o Sonar de Profundidade Variável
- · Autopropulsado (PVDS), também conhecido como
- · Veículo Sonar Operado Remotamente (ROV-S)
- · Sistema de posicionamento submarino
- · Sistemas de eliminação de minas, incluindo
- · Veículos de Eliminação de Minas (MDV)
- · Varredura Mecânica de Minas
- · Provisões para controle remoto do sistema
- · SAM de varredura de minas
- · Câmara hiperbárica e provisões para mergulhadores de desativação de minas
- · Sistemas de navegação
- · Sistema de comunicação
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
do MCMV 47
COMPRIMENTO TOTAL = 47,5 m
BOCA = 9,6 m
CALADO = 2,3 m
DESLOCAMENTO = 400 toneladas
VELOCIDADE = 15 nós
CASCO = Sanduiche de GRP
MOTORES PRINCIPAIS
Quatro motores a diesel
de 300 kW
HÉLICES
Duas Hélices Cicloidais
Voith
ARMAMENTO
Canhão de 40 mm
TRIPULAÇÃO
29 homens
O projeto MCMV ainda passou
por um programa de aprimoramento que resultou em uma nova embarcação mais
completa e capaz, denominada MCMV -52.
Os principais aprimoramentos
no MCMV 52 incluem o aumento do comprimento total (LOA) em 5 m, totalizando 52,5
m. Isto cria mais espaço para a tripulação e para os sistemas, aprimorando as
condições navegabilidade e garantindo uma margem de crescimento para o futuro.
O MCMV 52 manterá as linhas básicas do casco do já comprovado MCMV 47 da classe
Koster.
Seu projeto está em conformidade
com as regras da DNV, que estabelece um novo padrão de garantia da qualidade, proporcionando
uma revisão independente do projeto por terceiros. O MCMV 52 possui uma área de
acomodações aumentada, projetada para acomodar até 51 pessoas em um sistema de
3 funções, com boa separação.
O navio da classe Koster aprimorado possui um
castelo de proa fechado, que protege o convés de proa contra a entrada de água do
mar (green water). Há um hangar para
armazenamento e manutenção dos veículos caça-minas existentes e futuros, com fácil
acesso para o guindaste de lançamento no convés de popa.
Ele possui instalações de
mergulho aprimoradas, incluindo uma câmara de descompressão de mergulho para
até duas pessoas. Há um propulsor de proa, com assinatura reduzida, para uma
capacidade aprimorada de manobra em portos e de posicionamento durante a caça a
minas, em diferentes velocidades e direções de vento.
Essencialmente, ele é
composto por:
- ·Mesmo formato e tipo de construção do casco (sanduíche de GRP), e mesmos métodos associados de fabricação do já comprovado MCMV 47 da classe Koster;
- ·Mesma propulsão (4 motores a diesel com 2 hélices Cicloidais Voith) e arranjo de potência;
- ·Mesmas medidas de redução de assinaturas e de resiliência a impactos;
- ·Uma cabine de caça a minas muito similar, porém estendida;
- ·Possibilidades de crescimento aprimoradas para requisitos futuros de veículos e equipamentos ainda não atribuídos.
De fato o MCMV tanto no
modelo 47 quanto o 52 seriam uma excelente aquisição para reaparelhar nossa
força naval com um meio moderno e eficaz afim de projetar uma força capaz e
moderna, principalmente se levarmos em consideração questões estratégicas
envolvidas, como a nova base de submarinos e os novos meios submarinos de nossa
marinha, que estariam bem guarnecidos pelo serviço de varredura e caça-minas de
um meio moderno e capaz de fazer frente as modernas ameaças na guerra naval do
século XXI.
Segundo informações extra oficiais, a SAAB deverá ofertar esta classe de navios á Marinha do Brasil em ocasião oportuna, como houve a certo tempo atrás a oferta de duas embarcações excedentes da marinha sueca, porém, na ocasião a Marinha do Brasil não demonstrou interesse na aquisição devido ao fato de ter de realizar todo processo de modernização nas embarcações, apesar de estar em ótimo estado de conservação. A próxima cartada sueca será a oferta de embarcações novas produzidas de acordo com os requisitos emitidos pela Marinha do Brasil. Esperamos que logo seja possível retomar os programas de reaparelhamento da nossa esquadra, uma vez que diante da grave crise político-econômica que o país enfrentou recentemente, as forças armadas sentiram de forma bruta o impacto sobre suas dotações orçamentárias.
Segundo informações extra oficiais, a SAAB deverá ofertar esta classe de navios á Marinha do Brasil em ocasião oportuna, como houve a certo tempo atrás a oferta de duas embarcações excedentes da marinha sueca, porém, na ocasião a Marinha do Brasil não demonstrou interesse na aquisição devido ao fato de ter de realizar todo processo de modernização nas embarcações, apesar de estar em ótimo estado de conservação. A próxima cartada sueca será a oferta de embarcações novas produzidas de acordo com os requisitos emitidos pela Marinha do Brasil. Esperamos que logo seja possível retomar os programas de reaparelhamento da nossa esquadra, uma vez que diante da grave crise político-econômica que o país enfrentou recentemente, as forças armadas sentiram de forma bruta o impacto sobre suas dotações orçamentárias.
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