sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Finlândia detonou míssil russo para esclarecer caso de MH17

O presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, confirmou nesta sexta-feira (30) que seu país detonou em segredo um míssil antiaéreo russo do sistema Buk para auxiliar as autoridades da Holanda a esclarecer a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines em julho de 2014, no qual morreram 298 pessoas.
Niinistö convocou uma entrevista coletiva de urgência para explicar o papel da Finlândia nas investigações do grupo de analistas internacionais que na quarta-feira (28) apresentaram um relatório, onde concluem que o avião foi abatido por um míssil disparado por uma bateria Buk de origem da Rússia em uma zona ao leste da Ucrânia controlada por separatistas pró-Rússia.
O líder finlandês se mostrou inusualmente zangado em seu encontro com a imprensa devido ao vazamento a um meio holandês dos testes realizados na Finlândia por parte de alguém próximo à investigação.
Segundo Niinistö, a Promotoria holandesa entrou em contato com as autoridades finlandesas no outono de 2014 para pedir ajuda na investigação, já que a Finlândia tinha em seu poder mísseis antiaéreos Buk de fabricação russa similares aos que, segundo os primeiros indícios, derrubaram o avião.
Entre outros testes, a Promotoria holandesa pediu à Finlândia que detonasse um dos mísseis e enviasse os restos do projétil para que pudessem ser examinados por especialistas.
"Nessa solicitação, a Holanda pediu que o assunto fosse levado totalmente em segredo até que fosse apresentadas acusações e se iniciasse o processo penal, momento no qual seriam revelados os testes realizados na Finlândia", afirmou Niinistö.
O presidente e o governo finlandês decidiram ter acesso ao pedido holandesa e manter os testes técnicos em segredo, apesar da cláusula de confidencialidade do contrato de compra dos mísseis Buk e a possível reação da Rússia.
"O pedido da Holanda nos causou muitas dores de cabeça e longas reflexões. Certamente que a Finlândia queria ajudar a resolver esse horrível crime, mas existiam as limitações do direito internacional do comércio", disse Niinistö.
As autoridades finlandesas informaram ao Kremlin do pedido da Promotoria holandesa no final de 2014 e comunicaram que pensavam em colaborar na investigação da tragédia, embora não chegaram a tratar o tema de forma bilateral.
Desde então, a Finlândia enviou "material" à Holanda várias vezes, segundo Niinistö, embora sempre tentando respeitar as condições de confidencialidade do contrato assinado com a Rússia. 

Fonte: EFE via Exame

Nota do GBN: Os testes servem para concluir que foi um míssil disparado por uma bateria Buk que efetuou o disparo que derrubou o MH-17, agora, provar que tal sistema era de posse dos separatistas apoiados pela Rússia é outro assunto, uma vez que vale ressaltar que a Ucrânia possuía este tipo de equipamento deslocado para a região e estava em operação na localidade do ocorrido, algo que demandará muita investigação e trabalho de campo, uma vez que há diversos interesses geopolíticos envolvidos na questão, dentre eles o interesse da Ucrânia e da OTAN em condenar Moscou pelo ato que resultou na morte de todos á bordo da aeronave.
Também acho muito importante a mudança nas regras de voos vigentes, onde deveria ser fechado o sobrevoo a aeronaves civis e zonas de conflito, mesmo sendo eles de baixa intensidade, medida tal que teria salvado as vidas no voo MH-17.
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