sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A vovó iraquiana que o Estado Islâmico não consegue matar

Wahida Mohammed tem 39 anos de idade. É mãe de duas jovens de 20 e 22 anos e também avó. Há algum tempo, no entanto, ela se tornou uma das mais importantes líderes de uma força especial popular que luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI). 
Envolvida no combate ao terrorismo desde 2004, Wahida liderou um grupo especial para derrotar células do EI em Tikrit (cerca de 170 quilômetros da capital Bagdá). O sucesso dessa operação, fez dela uma figura importante nas Unidades de Mobilização Popular do Iraque, uma organização militar reconhecida pelo governo e que reúne 40 milícias predominantemente xiitas.
Conhecida pela força e organização com a qual lidera 70 homens, Wahida tem uma vida difícil, como a de milhares de iraquianos que sofrem com a guerra. De acordo com uma entrevista concedida à rede de notícias CNN, já recebeu dezenas de ameaças de morte, incluindo de Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do autoproclamado califado do EI no Iraque e na Síria.
“Sou mais procurada por eles que o nosso primeiro-ministro”, gabou-se ao contar nas mãos quantos carros-bomba já foram estacionados perto de sua casa. Na luta contra o grupo extremista, perdeu dois maridos, o pai, o irmão, além da sua ovelha, cachorro e passarinhos. “Mas nada vai me fazer parar de lutar”, disse ela que se descreve como dona de casa.
Sua fama no Iraque, no entanto, vai além das suas habilidades militares. Nas redes sociais, Wahida postou imagens gráficas que mostram o destino dos militantes do EI que tem o azar de cair em suas mãos: são decapitados e têm suas cabeças depois colocadas em uma panela com água fervente.
Wahida esteve nos últimos dias envolvida na recuperação do controle da cidade de Shirqat, que fica a 80 quilômetros ao sul de Mosul, a segunda maior cidade do Iraque e que está sob controle dos jihadistas há meses. O grupo foi completamente expulso há alguns dias, o que possibilitou que 250 famílias forçadas a se deslocar em razão da violência pudessem finalmente retornar para suas casas.

Fonte: Exame
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