Os Estados Unidos estão se preparando para atualizar seu arsenal nuclear tático na Europa. Em 2020, o país começará a substituir as antigas bombas termonucleares por bombas de nova geração B61-12.
Segundo o porta-voz do presidente russo, Dmítri Peskov, os militares ainda avaliarão a necessidade de responder às ações norte-americanas.
Características do novo B61
De acordo com o analista militar da agência de notícias TASS, Víktor Litóvkin, a principal novidade da B61-12 será a capacidade de controlar a explosão. Os pilotos poderão acionar a bomba remotamente sobre o território do inimigo ou no subsolo.
"A B61-12 é uma bomba nuclear tática de queda livre com uma potência de até 340 quilotons", explica Litóvkin.
Diversos caças de quinta geração norte-americanos, inclusive os F-22 Raptor, os F-35 Lightning II, os A-10 Thunderbolt e os F-16 poderão ser equipados com a nova bomba termonuclear.
"No momento, as ogivas nucleares dos modelos anteriores estão nas bases das Forças Aéreas dos Estados Unidos na Alemanha, Holanda, Itália, Bélgica e Turquia", diz Litóvkin.
Ameaça à Rússia
Segundo o pesquisador-chefe do Instituto da Economia e Relações Internacionais da Academia das Ciências da Rússia, Vladímir Dvôrkin, a modernização das armas nucleares tácticas dos Estados Unidos é um processo de rotina que não represente novas ameaças à segurança da Rússia.
“Todos os tipos de armamentos têm períodos de garantia. Neste caso, trata-se da substituição programada de armamentos antigos”, disse Dvôrkin.
Segundo ele, nas mãos das nações civilizadas, bombas atômicas são armas de dissuasão, e não de ataque.
“Os americanos estão modernizando a B61 para esquecer da necessidade de atualizar os arsenais nucleares táticos na Europa por décadas”, disse.
Os especialistas militares afirmam que a Rússia não vai responder à modernização.
“A Rússia também está modernizando suas forças nucleares e sistemas de defesa antiaérea”, diz o analista militar do jornal Izvêstia, Dmítri Safonov.
Segundo ele, nenhum acordo internacional entre Moscou e Washington regula as capacidades quantitativas e qualitativas de armas nucleares táticas.
Atualmente, existe apenas o Tratado de Redução de Armas Estratégicas 3 (START-3, na sigla em inglês).
Segundo esse, a Rússia e os EUA concordam em limitar o número de portadores de ogivas nucleares a até 700 e o número de ogivas estratégicas a até 1.550.
"Novas bombas termonucleares russas e norte-americanas são altamente precisas e podem executar tarefas militares específicas. A determinação das características táticas e técnicas de armas nucleares poderá se tornar a base do próximo tratado de redução de armas estratégicas ofensivas”, completa Safonov.
Fonte: Gazeta Russa
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