Criar universidades faz muito bem para o PIB per capita, de acordo com um estudo publicado nessa semana pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos.
Os autores são Anna Valero, da London School of Economics, e John Van Reenen, da Sloan School of Management do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
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Eles usaram um banco de dados da UNESCO que mostra a localização e data de criação das universidades em 1.500 regiões de 78 países.
As universidades são um fenômeno relativamente recente. A primeira do mundo surgiu em Bolonha, na Itália, em 1808, e em 1900, apenas 1 de cada 100 jovens era universitário.
A relação subiu para 1 de cada 5 jovens ao longo do século XX, com uma explosão a partir dos anos 50, período que é o foco do estudo.
Controlando por população, eles verificaram que há uma correlação positiva em que o aumento de 1% no número de universidades é associado com um aumento de 0,7% no PIB per capita.
O efeito acontece tanto em nível nacional quanto regional, dentro dos países. Na média, dobrar o número de universidades em um lugar é associado com um PIB per capita 4% a 5% maior no futuro.
Eles não encontraram uma causalidade reversa, como se fosse o PIB que levasse a mais universidades, e nem um efeito de demanda direto, como se fosse a construção e os salários das instituições que estivessem gerando diretamente o crescimento.
Motivos
Os pesquisadores consideram que o efeito das universidades sobre o crescimento acontece por vários canais. Um deles é a mão de obra, já que trabalhadores mais qualificados são mais produtivos do que os não qualificados.
Outro mecanismo é o da inovação, já que também há uma correlação positiva entre mais universidades e mais patentes registradas.
Há também um efeito sobre valores, ainda que mais tênues e de longo prazo:
"Há evidências sugerindo que as universidades tem o papel de promover a democracia, e que isso opera em sobreposição ao efeito como produtoras de capital humano", diz o estudo.
O estudo se limitou a instituições de "alta qualidade", excluindo por exemplo as faculdades comunitárias americanas, mas tem dificuldade de mostrar se universidades melhores causam mais crescimento, já que os dados internacionais são pouco comparáveis nesse sentido.
Fonte: Exame
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