O FBI, polícia federal dos Estados Unidos, ajudou o Brasil nas investigações que levaram a prisão nesta semana de 11 supostos militantes que discutiam um possível ataque durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, de acordo com um promotor brasileiro.
Em declarações a vários jornais brasileiros publicadas sábado, Rafael Brum Miron, o promotor federal encarregado do caso no Paraná, disse que o FBI tinha fornecido um breve relatório em que identificou pelo menos seis pessoas, suspeitas como potenciais militantes.
"Veio do FBI a informação", disse ao jornal O Estado de S. Paulo. "Eles mandaram um relatório bem sucinto. Tais pessoas merecem investigação, atenção maior."
Uma assessora do escritório do promotor confirmou as declarações e disse que o FBI fez o alerta em maio, depois do que os investigadores brasileiros monitoraram as comunicações dos suspeitos e identificaram as outras pessoas presas nesta semana.
Uma porta-voz do FBI em Washington não quis comentar.
As prisões quinta-feira, apenas duas semanas antes da primeira Olimpíada na América do Sul, ocorreram depois de uma recente onda de ataques violentos na Europa e nos Estados Unidos e em meio a temores elevados de que os Jogos possam ser um alvo.
Inicialmente, a polícia prendeu 10 suspeitos e disse que outras duas estavam sendo monitoradas. Na sexta-feira, um dos outros dois se apresentou para a polícia.
Os suspeitos, descritos pelo ministro da Justiça do Brasil como mal organizado e "absolutamente amadores", foram identificados como supostamente simpatizantes do grupo militante Estado Islâmico.
Apesar de alguns dos suspeitos terem prometido fidelidade ao Estado Islâmica via internet, os investigadores disseram que não há laços formais ou o apoio do próprio grupo.
Apenas dois dos suspeitos realmente se conheciam, segundo a polícia, mas o grupo trocou mensagens online amplamente.
Em suas mensagens, segundo a polícia, os suspeitos comemoraram recentes ataques fora do Brasil e expressaram o desejo --mas pouco know-how e sem planos específicos-- de realizar um ataque durante os Jogos Olímpicos. Os investigadores disseram que um dos suspeitos procurou comprar via internet um rifle AK-47 de um fornecedor no Paraguai.
Apesar da inexperiência ou falta de organização, os investigadores afirmam ser importante identificar esses grupos e inviabilizar até mesmo planos incipientes, especialmente num momento em que o Estado Islâmico e outros grupos militantes estão procurando ativamente recrutar simpatizantes e possíveis combatentes.
"Eles são amadores, são. Mas não conheço suicida experiente", disse Miron ao Estadão.
Fonte: Reuters
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