Após uma votação apertada, resultado do referendo tira Reino Unido da União Européia. A decisão divide o reino, onde uma vitória apertada de 51,9% contra 48,1% dos votos. Assim o Reino Unido é o primeiro a abandonar a UE.
Membro desde a criação do embrião do bloco, o Reino Unido faz parte do grupo há 43 anos, quando surgiu a Comunidade Econômica Européia. Agora levanta dúvidas sobre a integridade do bloco, apesar do anúncio dos membros remanescentes que a saída do Reino Unido não afetará o equilíbrio do bloco, apesar do forte apoio dos demais países á permanência do Reino Unido na UE.
Em Bruxelas, o centro nervoso da UE, há rumores sobre uma oferta de concessões de última hora para tentar impedir o "Brexit" , onde fala-se em um tipo especial de presença, em que o Reino Unido ficaria no bloco, mas teria maior controle sobre a imigração, um dos tópicos que mais influenciaram o voto pela saída.
No entanto, políticos britânicos dos dois lados da discussão já afirmaram a importância de respeitar o resultado das urnas.
E o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, disse essa semana que os britânicos não poderiam esperar boa vontade de Bruxelas caso optassem pela saída. Uma atmosfera pesada de negociações é uma possibilidade bastante real.
Os líderes europeus temem também que o resultado britânico estimule o "separatismo" em outros países. O que pode levar ao desmantelamento do bloco.
Internamente, os resultados da votação nas nações que constituem o Reino Unido, demonstra uma rachadura que pode levar á processos de independência de nações como Escócia e Irlanda do Norte, locais onde houve expressiva votação em apoio a permanência no bloco europeu. Sentimentos separatistas podem aflorar e reascender conflitos e movimentos pró-independência.
Os mercados foram fortemente impactados pelo resultado do processo, onde as bolsas sofreram quedas significativas, além da maior queda registrada pela Libra Esterlina em relação ao Dólar desde 1985.
O Banco Central Britânico já anunciou que intervirá para tentar manter a estabilidade da moeda, mas mesmo os partidários da saída britânica da UE dizem esperar um período de incerteza nos mercados.
Inicio da ruína?
Diante da saída do Reino Unido, partidos de extrema direita em diversos países membros da UE iniciam um movimento em prol de realizar referendos afim de justificar a retirada de suas nações do bloco. Países como Holanda, França e Itália estão analisando pedidos para realização de referendos para saída da UE.
Marine Le Pen, líder do partido francês Frente Nacional, afirmou que os cidadãos de seu país deveriam ter o direito de opinar a respeito da permanência no bloco.
"Vitória da liberdade. Como tenho dito há anos, nós agora devemos ter o mesmo referendo na França e em outros países na UE", escreveu no Twitter Le Pen - que está entre as favoritas para as eleições presidenciais na França do ano que vem.
Na Holanda, o líder anti-imigração Geert Wilders disse por meio de um comunicado que os holandeses "querem estar no comando de seu país, de seu dinheiro, de suas fronteiras e de suas políticas de imigração".
"Tão rápido quanto possível, os holandeses devem ter a oportunidade de se pronunciar a respeito da permanência na União Europeia", disse Wilders.
A Holanda terá eleiões gerais em março e algumas pesquisas de opinião colocam Wilders como líder na disputa. Uma pesquisa recente sugere que 54% dos holandeses querem um referendo sobre a permanência na UE.
Mateo Salvini, líder do partido italiano Liga Norte tuitou: "Viva a coragem dos cidadãos livres! Coração, cérebro e orgulho derrotaram as mentiras, ameaças e chantagens. Obrigado, agora é nossa vez".
Os governantes do bloco se reunirão sem o Reino Unido às margens da cúpula do Conselho Europeu que será realizada em Bruxelas na semana que vem.
"Vou propor que iniciemos uma reflexão mais ampla sobre o futuro de nossa União", antecipou Tusk.
A ideia é responder aos motivos que fizeram a rejeição à UE chegar ao máximo histórico de 47% no início de junho e que alimentam os argumentos dos partidos populistas-nacionalistas.
Mas, por trás das aparências, a mobilização para evitar um 'efeito dominó' é grande e contempla retaliações ao sócio dissidente.
Segundo um diplomata, os ministros de Relações Exteriores dos seis países fundadores da UE : França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália e Luxemburgo, se reunirão no sábado, em Berlim, para analisar as consequências políticas da saída britânica.
O presidente do Parlamento Europeu (PE), o socialista alemão Martin Schulz, defende que o Reino Unido pague um "preço alto" por sua decisão, como maneira de desencorajar consultas similares em outros países.
O grande problema é a incerteza, já que nenhum país da União Europeia até hoje deixou o bloco desde sua criação.
As negociações de saída ainda não têm data de início, mas prometem ser complexas, pois envolvem a recisão de tratados internacionais e, sobretudo de legislação interna britânica. Para começar, o Parlamento britânico precisa derrubar os atos que dão primazia à lei europeia sobre a britânica.
Para se ter uma idea da complexidade, há pelo menos 80 mil páginas de acordos entre o Reino Unido e a União Europeia.
Uma vez que o Artigo 50 é acionado, não dá para voltar atrás: um país só pode voltar à UE com o aval unânime dos outros países-membros.
O processo de saída, porém, não é automático - ele tem de ser negociado com os membros do bloco.
Essas negociação têm prazo máximo de dois anos e o Parlamento Europeu tem poder de veto sobre qualquer novo acordo formalizando o relacionamento entre o Reino Unido e a União Europeia.
Rejeição aumenta na UE
Analistas afirmam que a saída do Reino Unido pode causar um efeito dominó que pode ameaçar todo o bloco.
Em pesquisas recentes os dados apontam para um declínio no apoio interno á UE em diversos países membros, o que pode resultar em um mergulho vertiginoso na economia do bloco, uma vez que ante a decisão britânica, temos um precedente que pode resultar na saída de outras nações que compõe a UE, o que pode colapsar sua economia e se tornar em um imenso revés ao que tensionava ser o maior e mais próspero bloco econômico do planeta.
Um dos grandes problemas atuais enfrentados pelo bloco diz respeito a crise migratória, com os países sendo "invadidos" por dezenas de milhares de imigrantes e refugiados oriundos do oriente médio e áfrica, causando enorme impacto na economia e serviços públicos destas nações.
Em breve traremos uma analise mais detalhada deste turbilhão que esta sendo a saída britânica da UE
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