segunda-feira, 6 de junho de 2016

Jornalistas militares se tornaram alvos

Hoje Moscou recebe o Fórum dos meios de comunicação. Um participante do evento e correspondente militar do canal televisivo RT, Roman Kosarev, falou sobre a sua profissão.

"Quando comecei a trabalhar em lugares quentes, queria mudar alguma coisa naquela altura. Não sabia o que iria enfrentar, mas compreendia que isso seria interessante. Terminei os estudos e, praticamente ao mesmo tempo, fui para a guerra no leste da Ucrânia. E o que eu vi por lá, convenceu-me mais uma vez de que a nossa presença [de jornalistas russos] é muito importante. Porque se eu não reportasse de que vi com os meus próprios olhos, provavelmente, retiraríamos a informação das tais chamadas de fontes oficiais. Talvez a possibilidade de ver tudo por meus próprios olhos também me toque. As tropas paraquedistas têm uma expressão: "Ninguém para além de nós". Aqui a situação é mesma: se nós não formos, quem irá?", disse Roman.

Ele chamou a atenção para o fato de os jornalistas ocidentais terem outra abordagem na recolha da informação.

"Trabalhando em Donbass, raramente vi jornalistas ocidentais. A maior parte da informação eles recebiam das fontes oficiais do Ministério da Defesa da Ucrânia. Mas nós continuávamos esclarecendo tudo isso constantemente, e foi bom termos lá estado. Conseguimos trazer um outro ponto de vista e outros fatos que foram apresentados aos espetadores, leitores e ouvintes", disse o jornalista.
Kosarev também trabalhou na Síria. Segundo ele, graças à ajuda russa, os sírios têm esperança.

"A relação com a Rússia é realmente boa. Porque não só bombardeamos as infraestruturas do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia), mas também prestamos ajuda humanitária a civis. Constantemente vimos reportagens e elas não são falsas. Assisti pessoalmente à entrega de ajuda humanitária. É verdade que a chegada dos militares russos deu esperança ao povo sírio, uma luz no fim do túnel", acrescentou Kosarev.

Entretanto, ele sublinhou que o trabalho dos jornalistas militares está associado a riscos.

"Já tenho três contusões e uma parte a mais num ombro, mas eu nunca levanto problemas. Não é por ir para a frente de combate e querer fotografar uma metralhadora, não é por isso. É por acaso. Infelizmente, neste momento o capacete e um colete à prova de balas com a palavra "Imprensa" se tornam em um alvo", disse Kosarev.

Entretanto, segundo ele, o jornalista deve se manter honesto e objetivo em qualquer situação.

"No mundo moderno um jornalista não é apenas um jornalista, ele tem muitos instrumentos, incluindo as diferentes tecnologias. Por isso ele pode relatar o conteúdo de uma forma mais rica, relatar o seu ponto de vista e o ponto de vista da redação. Mas as maiores qualidades do jornalista são, como nos clássicos, ser honesto, objetivo e nunca fazer o que faz a mídia comercial", concluiu Roman Kosarev.

Fonte: Sputnik News
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