Após ter sido alvo de protestos de artistas, o presidente em exercício Michel Temer deu posse nesta terça-feira (24), no Palácio do Planalto, ao novo ministro da Cultura, Marcelo Calero.
No último sábado (21), Temer desistiu de transformar a Cultura em uma secretaria subordinada ao Ministério da Educação e devolveu à pasta o status de ministério.
Ex-secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero foi promovido de secretário especial do MinC para o posto de ministro. Ao tomar posse nesta terça, Calero agradeceu ao presidente da República em exercício, Michel Temer, por dar "espaço" à área. Ele afirmou que agirá de forma “republicana” e “nunca a serviço de um projeto de poder”.
“Os programas da Prefeitura do Rio são vivo exemplo de gestão republicana. Modelo que será observado com máximo rigor. O partido da cultura é a cultura, não qualquer outro. Estaremos sujeitos àquilo que a sociedade demanda, nunca a serviço de um projeto de poder”, afirmou, indicando que financiamentos a projetos não observarão preferências partidárias dos artistas.
Ao assumir interinamente a Presidência, Temer anunciou uma reestruturação dos ministérios, que incluiu a extinção do Ministério da Cultura, transformado em uma secretaria do Ministério da Educação.
A decisão de Temer gerou fortes críticas por parte da classe artística. Sedes do MinC em várias cidades foram ocupadas, e músicos, como Erasmo Carlos e Caetano Veloso, por exemplo, participaram de um ato cultural contra a extinção do ministério no Palácio Capanema, no Rio de Janeiro, na semana passada.
No último fim de semana, porém, diante da polêmica em torno do assunto, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou que Temer havia recuado e decidido recriar o Ministério da Cultura, por meio de uma medida provisória – publicada nesta segunda (23) no “Diário Oficial da União”. Segundo Mendonça, a decisão de recriar o MinC foi um gesto para "serenar os ânimos" e de "reconciliação".
Temer
Após o discurso de Calero nesta terça-feira, o presidente em exercício fez uma rápida declaração, de cerca de cinco minutos. Temer iniciou sua fala afirmando que a cultura é um setor “fundamental”. À plateia, ele elogiou o ministro da Educação, Mendonça Filho, que foi, segundo ele, o responsável pela indicação de Calero.
O presidente em exercício também aproveitou o ato no Planalto para elogiar Marcelo Calero por ter feito um trabalho “extraordinário” na secretaria municipal de Cultura do Rio e ter sido capaz de “reunificar” o setor.
'Rever posições'
Mais cedo, ao apresentar medidas para a economia a um grupo de parlamentares da base aliada, no Planalto, Temer disse, sem citar casos específicos, que pode “rever posição” quando perceber que cometeu algum “equívoco” na condução do governo.
“As pessoas se acostumaram a quem está no governo dizer que não pode voltar atrás. Não temos compromisso com o equívoco. Quando houver um equívoco governamental, reveremos este fato de modo que vi aqui alguns dizerem ‘o Temer está frágil, não sabe governar’. Conversa!”, disse Temer, logo após dar um soco na mesa.
“Fui secretário de Segurança Pública em São Paulo, e tratava com bandidos. Sei como fazer o governo e saberei como conduzi-lo. Quando perceber que houve um equívoco na fala, na condução do governo, reverei posição. Não tem essa coisa de ‘não erro’. Se o fizer, concertá-lo-ei”, completou o peemedebista na ocasião.
No mesmo pronunciamento, que durou cerca de 30 minutos, Temer se disse vítima de “agressões psicológicas” dos que querem “amedrontar” o governo. Sem mencionar nomes, o peemedebista declarou também, em tom irônico, que não se deve dar "atenção" às supostas agressões da oposição e, inclusive, devem aplaudir os adversários políticos que quiserem "esbravejar".
Fonte: G1 Notícias
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