quinta-feira, 21 de abril de 2016

Quem foi "Tiradentes" ? Uma homenagem do GBN ao herói brasileiro.

O GBN não poderia deixar de render a justa homenagem ao mártir da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o herói brasileiro mais conhecido como “Tiradentes”.

Podemos dizer que ele foi o dentista mais importante e conhecido da história brasileira, mas Joaquim José da Silva Xavier, também foi comerciante, minerador, tropeiro, militar da cavalaria e um importante e respeitável ativista político no eixo Rio de Janeiro – Minas Gerais. Tendo sido o protagonista mais importante da Inconfidência Mineira.

Filho de portugueses nascido em 1746 na Vila de São José Del Rei (atual Tiradentes) no Brasil colônia, Joaquim ficou órfão aos nove anos de idade, tendo sido criado por seu padrinho Sebastião Ferreira Leitão, cirurgião dentista, tendo sido exemplo para Joaquim que seguiu a profissão que lhe valeu o apelido pelo qual é tão conhecido, “Tiradentes”.

A vida de Joaquim “Tiradentes” foi muito adversa, onde nosso dentista também trabalhou como minerador e mascate, depois se alistando nas tropas da Capitania de Minas Gerais em 1780, fazendo parte da Cavalaria, Joaquim teve a oportunidade de conhecer mais sobre a política e o julgo da Coroa Portuguesa sobre a nossa colônia, tendo conhecido pessoas que criticavam a opressão portuguesa sobre as capitanias, após sete anos servindo a Cavalaria, Joaquim insatisfeito por não ter conseguido promoção em sua carreira militar, optou por pedir licença da Cavalaria. Iniciava então sua jornada rumo à política, onde no Rio de janeiro, cidade a qual residiu após seu afastamento da carreira militar, idealizou projetos inovadores como a canalização do Rio Maracanã e Andaraí, projetos estes que foram ignorados, aumentando o sentimento de descontentamento que crescia em seu âmago contra o domínio português. Joaquim começou a partilhar suas ideias de liberdade e independência de Portugal, que sufocava a população com vultosa carga tributária e a falta de desenvolvimento do Brasil, que ate então não dispunha de indústria ou qualquer forma de avanço econômico ou social, sendo a colônia apenas fonte de riquezas para a Coroa portuguesa que explorava as riquezas do Brasil e “escravizava” seu povo com obrigações e impostos.

Joaquim retornou a Vila Rica, onde começou a pregar suas ideias de independência, sendo um exímio orador e um líder nato, “Tiradentes” encontrou em 1789 um cenário de descontentamento popular em Minas Gerais, devido a “Derrama” aplicada pela Coroa, imposto onde era obrigatória a reserva de um quinto de todo minério que era extraído.

O primeiro movimento em prol da independência surgiu em Vila Maria, onde líderes do movimento inconfidente tomaram as ruas para pregar a República. Antes que a pequena revolta tomasse força e se torna-se uma revolução e pusesse em risco o domínio português, três traidores delataram o movimento, foram eles Joaquim Silvério dos Reis, Inácio Correia de Pamplona e Basílio de Brito Malheiro do Lago, que venderam informações sobre o movimento em troca do perdão de suas dívidas.

O Visconde de Barbacena suspendeu a “Derrama” e a 10 de maio “Tiradentes” foi preso ao tentar contatar Joaquim Silvério dos Reis, seguido da prisão dos demais inconfidentes, tendo destaque nomes como Inácio José de Alvarenga Peixoto, Manuel Rodrigues da Costa, Claudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, que junto com “Tiradentes” buscavam estabelecer um governo republicano independente de Portugal, tendo como sede Minas Gerais.

Joaquim José da Silva Xavier foi o único que assumiu a responsabilidade pela participação no movimento, assim seus companheiros foram inocentados e pagaram penas mais brandas, tendo “Tiradentes” sido o único condenado a morte. Tendo sua sentença proferida, levando cerca de 18 horas, despertando a ira da população com tal ato da Coroa, porém a intenção foi a de intimidar a população e usar Tiradentes como exemplo contra qualquer movimento de oposição ao poder da Coroa Portuguesa.

“Tiradentes” foi executado por enforcamento em 21 de abril de 1792 e teve seu corpo esquartejado, onde partes de seu corpo foram expostas pelas cidades onde havia pregado a independência e suas ideias revolucionárias, tendo a cidade de Queluz, Santana de Cebolas (atual Inconfidência), Barbacena e Varginha do Lourenço recebido partes de seu corpo. Sua cabeça foi posta em um poste no centro da cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), um artifício usado pelo império a fim de inibir novos movimentos contra a Coroa Portuguesa.

Todos os bens de “Tiradentes” foram confiscados, sua casa foi queimada e no seu terreno foi lançado sal para que nada ali brotasse. Um ato de simbolismo contra o movimento inconfidente.

Tiradentes marcou seu nome na história brasileira como o herói nacional que enfrentou o poder opressor da Coroa Portuguesa e morreu pela independência do Brasil, que era então uma colônia sem uma constituição ou direitos de se desenvolver econômica ou industrialmente, tendo o seu povo explorado por altos impostos, Tiradentes idealizava o Brasil como uma república independente do julgo português. Hoje todos os anos no dia 21 de abril celebramos a vida e morte deste importante homem que deu sua vida pela independência, embora não tenha obtido sucesso, Tiradentes serviu como inspiração para muitos homens que se seguiram e deram continuidade a luta por nossa independência do Julgo português e ainda hoje nos inspira a continuar a lutar pela “independência” brasileira, algo que só temos em parte.



Por: Angelo Nicolaci – Editor do GBN , Graduando em Relações Internacionais pela UCAM, jornalista e pesquisador especialista em geopolítica e estratégia.
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