O
GBN não poderia deixar de render a justa homenagem ao mártir da Inconfidência
Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o herói brasileiro mais conhecido como “Tiradentes”.
Podemos
dizer que ele foi o dentista mais importante e conhecido da história
brasileira, mas Joaquim José da Silva Xavier, também foi comerciante, minerador,
tropeiro, militar da cavalaria e um importante e respeitável ativista político
no eixo Rio de Janeiro – Minas Gerais. Tendo sido o protagonista mais
importante da Inconfidência Mineira.
Filho
de portugueses nascido em 1746 na Vila de São José Del Rei (atual Tiradentes) no
Brasil colônia, Joaquim ficou órfão aos nove anos de idade, tendo sido criado
por seu padrinho Sebastião Ferreira Leitão, cirurgião dentista, tendo sido
exemplo para Joaquim que seguiu a profissão que lhe valeu o apelido pelo qual é
tão conhecido, “Tiradentes”.
A
vida de Joaquim “Tiradentes” foi muito adversa, onde nosso dentista também
trabalhou como minerador e mascate, depois se alistando nas tropas da Capitania
de Minas Gerais em 1780, fazendo parte da Cavalaria, Joaquim teve a
oportunidade de conhecer mais sobre a política e o julgo da Coroa Portuguesa
sobre a nossa colônia, tendo conhecido pessoas que criticavam a opressão portuguesa
sobre as capitanias, após sete anos servindo a Cavalaria, Joaquim insatisfeito
por não ter conseguido promoção em sua carreira militar, optou por pedir
licença da Cavalaria. Iniciava então sua jornada rumo à política, onde no Rio
de janeiro, cidade a qual residiu após seu afastamento da carreira militar, idealizou
projetos inovadores como a canalização do Rio Maracanã e Andaraí, projetos
estes que foram ignorados, aumentando o sentimento de descontentamento que
crescia em seu âmago contra o domínio português. Joaquim começou a partilhar
suas ideias de liberdade e independência de Portugal, que sufocava a população
com vultosa carga tributária e a falta de desenvolvimento do Brasil, que ate
então não dispunha de indústria ou qualquer forma de avanço econômico ou
social, sendo a colônia apenas fonte de riquezas para a Coroa portuguesa que
explorava as riquezas do Brasil e “escravizava” seu povo com obrigações e impostos.
Joaquim
retornou a Vila Rica, onde começou a pregar suas ideias de independência, sendo
um exímio orador e um líder nato, “Tiradentes” encontrou em 1789 um cenário de
descontentamento popular em Minas Gerais, devido a “Derrama” aplicada pela Coroa,
imposto onde era obrigatória a reserva de um quinto de todo minério que era
extraído.
O
primeiro movimento em prol da independência surgiu em Vila Maria, onde líderes
do movimento inconfidente tomaram as ruas para pregar a República. Antes que a
pequena revolta tomasse força e se torna-se uma revolução e pusesse em risco o
domínio português, três traidores delataram o movimento, foram eles Joaquim
Silvério dos Reis, Inácio Correia de Pamplona e Basílio de Brito Malheiro do
Lago, que venderam informações sobre o movimento em troca do perdão de suas
dívidas.
O
Visconde de Barbacena suspendeu a “Derrama” e a 10 de maio “Tiradentes” foi
preso ao tentar contatar Joaquim Silvério dos Reis, seguido da prisão dos
demais inconfidentes, tendo destaque nomes como Inácio José de Alvarenga
Peixoto, Manuel Rodrigues da Costa, Claudio Manuel da Costa e Tomás Antônio
Gonzaga, que junto com “Tiradentes” buscavam estabelecer um governo republicano
independente de Portugal, tendo como sede Minas Gerais.
Joaquim
José da Silva Xavier foi o único que assumiu a responsabilidade pela participação
no movimento, assim seus companheiros foram inocentados e pagaram penas mais
brandas, tendo “Tiradentes” sido o único condenado a morte. Tendo sua sentença
proferida, levando cerca de 18 horas, despertando a ira da população com tal
ato da Coroa, porém a intenção foi a de intimidar a população e usar Tiradentes
como exemplo contra qualquer movimento de oposição ao poder da Coroa Portuguesa.
“Tiradentes”
foi executado por enforcamento em 21 de abril de 1792 e teve seu corpo
esquartejado, onde partes de seu corpo foram expostas pelas cidades onde havia
pregado a independência e suas ideias revolucionárias, tendo a cidade de Queluz,
Santana de Cebolas (atual Inconfidência), Barbacena e Varginha do Lourenço
recebido partes de seu corpo. Sua cabeça foi posta em um poste no centro da
cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), um artifício usado pelo império a fim
de inibir novos movimentos contra a Coroa Portuguesa.
Todos
os bens de “Tiradentes” foram confiscados, sua casa foi queimada e no seu terreno
foi lançado sal para que nada ali brotasse. Um ato de simbolismo contra o
movimento inconfidente.
Tiradentes
marcou seu nome na história brasileira como o herói nacional que enfrentou o
poder opressor da Coroa Portuguesa e morreu pela independência do Brasil, que
era então uma colônia sem uma constituição ou direitos de se desenvolver econômica
ou industrialmente, tendo o seu povo explorado por altos impostos, Tiradentes idealizava
o Brasil como uma república independente do julgo português. Hoje todos os anos
no dia 21 de abril celebramos a vida e morte deste importante homem que deu sua
vida pela independência, embora não tenha obtido sucesso, Tiradentes serviu
como inspiração para muitos homens que se seguiram e deram continuidade a luta
por nossa independência do Julgo português e ainda hoje nos inspira a continuar
a lutar pela “independência” brasileira, algo que só temos em parte.
Por:
Angelo Nicolaci – Editor do GBN , Graduando em Relações Internacionais pela
UCAM, jornalista e pesquisador especialista em geopolítica e estratégia.
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