Pela primeira vez desde a morte de Adolf Hitler, a Alemanha está publicando o tratado político do líder nazista, "Mein Kampf" (Minha Luta, em alemão), o que desencadeou um debate acalorado sobre o texto ser uma diatribe racista inflamatória ou uma ferramenta educacional útil.
Os direitos autorais de 70 anos do livro, escrito por Hitler entre 1924 e 1926 e proibido pelos aliados após o final da Segunda Guerra Mundial, expiram no final deste ano, abrindo caminho para uma edição crítica com trechos explicativos e cerca de 3.500 anotações.
Em janeiro, a obra de 2.000 páginas dividida em dois volumes será posta à venda depois de três anos de trabalho de acadêmicos do Instituto de História Contemporânea de Munique.
Hitler escreveu a maior parte do primeiro volume, altamente autobiográfico, quando estava na prisão de Landsberg em consequência do fracasso de sua tentativa de golpe em Munique em 1923. Após sua libertação, ele redigiu uma grande porção do segundo volume em seu retiro montanhoso de Berchtesgaden.
No livro, uma mistura de experiência pessoal e ideologia política, ele delineou sua estratégia. Bestseller depois que ele se tornou chanceler em 1933, até 1945 "Mein Kampf" tinha vendido 12 milhões de cópias e sido traduzido para 18 línguas.
A publicação é um grande passo para a Alemanha, que ainda luta com o legado da era nazista e do Holocausto.
As pesquisas mostram uma divisão na opinião pública. Um levantamento da empresa YouGov feito no mês passado revelou que 51 por cento dos alemães se opõem à manutenção da proibição. Até hoje o Estado da Baviera, detentor dos direitos autorais transferidos pelos aliados, vinha impedindo uma reimpressão do livro.
Fonte: Reuters
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