Desde 30 de setembro, Moscou já realizou mais de 4.200 missões contra o EI (Estado Islâmico) na Síria, destruindo 2.000 alvos com o uso de cerca de 50 aeronaves militares.
Os gastos envolvidos na campanha, porém, são incertos.
“O governo russo não divulga os custos da operação, e todas as tentativas de se criar um cálculo aproximado levam a resultados contraditórios", diz o diretor do Centro de Análise e Estudos Estratégicos da Rússia, Evguêni Gnilomiodov.
Segundo o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, o Ministério da Defesa não recebeu para a campanha qualquer verba extra que não estivesse inclusa no orçamento estatal.
Na receita programada para 2016, porém, a Defesa contará com um aumento, chegando aos 3 trilhões de rublos (quase US$ 42,6 bilhões, ou seja, 4% do PIB russo).
De acordo com a "Independent Military Review", publicação especializada em assuntos militares, cerca de US$ 2 bilhões serão destinados a "operações de defesa e segurança nacional".
Alvo de crítica
Mesmo com os gastos visíveis, apesar de incertos, aplicados à operação militar, são as perdas não diretamente relacionadas ao conflito que afligem o país, como o estremecimento da cooperação bilateral com a Turquia após a derrubada, por essa, de um caça russo em sua fronteira.
“Para os investidores, os preços do petróleo são mais importantes que as atividades militares fora do território russo”, diz o economista Serguêi Khestanov.
Assim, segundo ele, as multinacionais no país não sentem os efeitos diretos da operação na Síria.
Gnilomiodov concorda, e acrescenta que a participação das Forças Aeroespaciais russas no conflito sírio não levou a uma fuga de capital ou retirada de ativos da Rússia.
“Mas determinados eventos podem afetar temporariamente os preços do petróleo e das ações de empresas russas, assim como a estabilidade do rublo em relação a moedas estrangeiras”, afirma.
Consequências para indústria militar
Para analistas de mercado, as incursões deram à indústria militar russa a chance de mostrar seus produtos no mercado mundial e em batalha.
“A demonstração, em combate real, dos equipamentos bélicos russos na Síria podem até levar à assinatura de novos contratos por compradores estrangeiros”, diz Gnilomiodov.
Além disso, a indústria bélica nacional colheria os frutos da campanha após seu encerramento.
"Então, as empreiteiras russas poderão participar de projetos para reconstruir a infraestrutura destruída na Síria", diz.
Fonte: Gazeta Russa
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