A Rússia está disposta a formar um "Estado-Maior conjunto" contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que inclua França, Estados Unidos e Turquia, apesar da tensão com Ancara após a derrubada de um caça russo, afirmou o embaixador de Moscou em Paris.
"Estamos dispostos a planejar em conjunto ataques contra posições do EI e formar, para isto, um Estado-Maior conjunto com França, Estados Unidos e todos os países que queiram estar na coalizão", declarou o embaixador Alexander Orlov à rádio francesa Europe 1.
"Os turcos, se também desejarem, são bem-vindos", completou.
Agravamento da crise
A derrubada do avião afetou o processo de solução política na Síria e tudo deve ser feito para evitar um agravamento da crise, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta quarta-feira (25).
"A situação foi agravada pela derrubada de um avião russo pela Turquia", disse Merkel em discurso na câmara baixa do Parlamento, em referência à situação na Síria. "Precisamos fazer de tudo para evitar uma agravamento".
"É claro que todo país tem o direito de defender seu território, mas, sabemos o quão tensa a situação está na Síria e nos arredores. Falei ontem com o premiê turco e lhe pedi para fazer tudo para desagravar a situação", acrescentou.
Trabalho conjunto
Depois de uma reunião na terça-feira na Casa Branca com o presidente francês François Hollande, o presidente americano Barack Obama disse que "ajudaria muito" que a Rússia trabalhasse com Washington e outros países para acabar com a guerra civil na Síria.
Obama advertiu, no entanto, que para trabalhar com a Rússia, este país deverá concentrar seus ataques na Síria contra o Estado Islâmico, e não outros grupos rebeldes hostis ao presidente sírio Bashar al-Assad, aliado de Moscou.
A esperança de formar a coalizão se complicou na terça-feira, quando a Turquia, membro da Otan e da coalizão anti-jihadista, derrubou um caça russo, que segundo Ancara teria violado seu espaço aéreo perto da fronteira com a Síria.
Um dos pilotos russos morreu, enquanto o outro foi resgatado pelo exército sírio, segundo o embaixador Orlov.
O piloto "conseguiu escapar e, segundo as informações mais recentes, foi resgatado pelo exército sírio e deve retornar à base aérea russa", declarou o embaixador.
Fonte: AFP
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