Decisão dividiu o governo, mas a presidente entendeu que a liberação do visto não colocará em xeque a segurança do Brasil.
A presidente Dilma Rousseff decidiu sancionar a lei aprovada pelo Congresso que prevê a dispensa de visto para estrangeiros, durante quatro meses, entre junho e setembro do ano que vem, para facilitar a entrada dos atletas e turistas que desejarem vir ao Brasil para acompanhar os Jogos Olímpicos de 2016. A lei deve ser publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 25.
A decisão dividiu o governo, mas a presidente entendeu que a liberação do visto não colocará em xeque a segurança do Brasil, apesar de o rigor nas fiscalizações em todo o mundo terem aumentado, em decorrência dos ataques terroristas feitos pelo Estado Islâmico na França e no Mali. O entendimento final do governo foi que existem outros mecanismos de controle e que o visto serve, principalmente, para verificação do fluxo migratório. O foco do governo com essa medida é atrair turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e China.
A área militar era contra a liberação do visto sob a alegação de que será menos uma porta de controle de entrada de estrangeiros. O chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardis, disse ao Estado que esta proposta “deveria ser revista, face a nova situação e conjuntura”. Para ele, “a avaliação do ponto de vista da inteligência, segurança e defesa, não é bom”.
O diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, embora tenha dito que “a possibilidade de prática de um atentado não dependeria de um visto”, reconheceu que eliminá-lo é uma barreira a menos. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) defende a regra da reciprocidade, ou seja, tem visto para país que exige visto. A Secretaria de Grandes Eventos do Ministério da Justiça e o Ministério do Turismo defendem a liberação, sob a alegação de que ela não oferece riscos migratórios e nem ameaça à segurança nacional.
A nova lei estabelece que portaria conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e do Turismo poderá determinar a dispensa unilateral da exigência de visto para originários de países especificados na norma. Estes países ainda não foram definidos. Serão beneficiados aqueles que chegarem ao Brasil até 18 de setembro de 2016 (data final dos Jogos Paraolímpicos), com prazo de estadia limitado a 90 dias, improrrogáveis, a contar da data de primeira entrada em território nacional. O visitante estrangeiro também não precisará comprovar que possui ingressos para assistir a qualquer evento das modalidades desportivas dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Lei antiterrorismo
O governo gostaria também, que no menor prazo possível, a Câmara apreciasse e aprovasse o projeto de lei que tipifica crimes de terrorismo. O texto aprovado pela Câmara, foi modificado pelo Senado e agora, retorna para decisão dos deputados. Uma das polêmicas do texto é se atos provenientes de manifestações políticas e movimentos sociais ou reivindicatórios poderão ser enquadrados como crime de terrorismo. A Câmara entende que a lei não se aplicaria a manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais e religiosos que tenham o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais.
Mas o texto aprovado no Senado, relatado pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), prevê o contrário. Outra mudança diz respeito ao tamanho da pena, que na Câmara é menor que a do Senado, além da própria tipificação do crime. A legislação brasileira não prevê o crime de terrorismo. Em caso de eventual atentado, os atos praticados seriam enquadrados com base em outros crimes, como homicídio doloso (intencional) e porte de arma de uso restrito, por exemplo.
Fonte: Estadão
Nota GBN: Dilma realmente não tem a minima noção da importância que os jogos olímpicos representam em termos de visibilidade mundial e a ameaça real que representa o Estado Islâmico a segurança dos jogos no Rio de janeiro em 2016.
Vale ressaltar que não possuímos estrutura apropriada para fornecer uma resposta adequada ao nível de ameaça representada pelo terrorismo, sendo preciso lançar mão sobre todos os meios disponível para fechar ao máximo a possibilidade de atuação de grupos terroristas em nosso país durante o evento, tendo em vista a grande concentração de estrangeiros e delegações dos Estados alvos do terrorismo e as facilidades que estes encontrariam em lançar um ataque em solo brasileiro.
Espero que nossa ABIN e Ministério da Defesa, bem como o Gabinete de Assuntos Estratégicos da Presidência abram os olhos as nossas necessidades de apoio externo para conseguir oferecer uma real proteção ao evento.
0 comentários:
Postar um comentário