Pela primeira vez, caças turcos atingem alvos do "Estado Islâmico" (EI) na Síria, como parte da coalizão liderada pelos EUA contra o grupo terrorista. Turquia passa a assumir papel mais ativo no combate aos jihadistas.
"Nossos aviões de caça... ao lado de aeronaves da coalizão deram início na noite de ontem a operações conjuntas contra alvos [do Estado islâmico], que representam uma ameaça para o nosso país", afirmou o Ministério do Interior turco em declaração divulgada neste sábado (29/08) em Ancara.
No mês passado, a Turquia, que é membro da Otan, lançou ataques contra o grupo militante sunita na Síria, mas de forma unilateral. No entanto, a participação da Turquia na luta contra o "Estado Islâmico" (EI), que já assumiu o controle de grande parte do território da Síria e do Iraque, permaneceu tímida e foi ofuscada por seus ataques contra os separatistas curdos.
Os ataques aéreos deste sábado foram os primeiros operados por Ancara como parte da coalizão liderada pelos EUA, de forma totalmente integrada e no mais alto nível. A Turquia já havia permitido que Washington usasse uma base área importante na fronteira com a Síria, em sua campanha contra o grupo jihadista.
Após um atentado suicida ter provocado a morte de 34 pessoas no sul da Turquia, o país de maioria muçulmana se aliou à coalizão formada no ano passado e que engloba muitos países árabes e ocidentais.
Plena participação
Na semana passada, autoridades turcas e americanas concluíram as "conversações técnicas" sobre os planos de cooperação nas operações militares contra o EI. Segundo o ministro turco do Exterior, Mevlut Cavusoglu, as autoridades dos dois países haviam chegado a um acordo sobre "os procedimentos e detalhes técnicos" das planejadas operações contra o EI.
De acordo com o porta-voz do Pentágono, Peter Cook, o acordo requer que o membro da Otan seja totalmente integrado na campanha área empreendida pela coalizão.
Cook disse que a Turquia está "comprometida com a participação plena" nas operações militares contra o EI. No entanto, ele afirmou ainda que o acordo não inclui acordos para a Turquia controlar as suas fronteiras com o Iraque e a Síria com vista a conter o fluxo de combatentes estrangeiros em direção aos dois países ocupados pelo EI.
"Nossa cooperação com os turcos e a expansão de tal trabalho conjunto continuam, atualmente, a ser um projeto em andamento", declarou o porta-voz, acrescentando que os EUA não discutiram com a Turquia a criação de uma zona tampão ao logo da fronteira turco-síria, de onde combatentes do EI poderiam ser perseguidos.
Fonte: Deutsche Welle
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