Aposentado há dois anos, o Boeing 707 da FAB (Força Aérea Brasileira) vai ser leiloado nesta quinta-feira (27). O aparelho nada mais é que o conhecido “Sucatão”, avião que serviu à Presidência da República desde 1986, quando foi adquirido pelo governo. Mas o KC-137, denominação dada pela FAB, tem muita história, notadamente por seu uso em missões humanitárias, como as desenvolvidas pelo Brasil no Haiti, Angola e Timor Leste, para onde foram enviadas tropas.
A aeronave, que serviu a diversos presidentes, foi substituída por um Airbus VC-1A, também chamado de Aerolula, por ter sido comprado durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aeronave pode ser visitada entre esta segunda-feira (24) e quarta-feira (26), no Parque de Material Aeronáutico da FAB, no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
O KC-137 (sucatão) e demais aviões do Esquadrão Corsário, conquistaram lugar na história da aviação nacional ao integrar missões humanitárias promovidas pelo Brasil, além do resgate de vítimas de guerras e catástrofes”Força Aérea Brasileira".
Valor histórico
O lance inicial do leilão, que será realizado às 10 horas desta quinta-feira, será de R$ 312,2 mil, muito baixo, se considerado o valor histórico. O Boeing 707 foi usado por 27 anos, até 2013, depois de a força ter adquirido quatro aparelhos da extinta Varig, entre 1986 e 1987. Os aviões pertenciam ao 2º Esquadrão do Grupo de Transportes, o conhecido Esquadrão Corsário.
Dentro da Aeronáutica, o Sucatão é tratado com carinho e pelo apelido de KC -137 – nome militar do aparelho –, ganho quando a aeronave chegou com outras na década de 1980. “Desde então, conquistaram um lugar na história da aviação nacional ao integrar as principais missões humanitárias promovidas pelo Brasil, além do resgate de brasileiros vítimas de guerras e catástrofes”, informou a FAB.
A versatilidade das aeronaves, conforme a Força Aérea, "permitiu sua aplicação tanto no transporte de tropas em missões de paz no Haiti, em Angola e no Timor Leste, como também em apoio a atividades cientificas, desportivas e sociais de interesse do Brasil”.
A mais conhecida atividade do KC-137 foi servir à Presidência da República. A aeronave foi substituída pelo Aerolula, mas deixou muitas histórias nos últimos 27 anos. Em 1999, o então vice-presidente Marco Maciel passou apuros quando a turbina do avião pegou fogo durante uma viagem à China.
Em 2004, o ex-presidente Lula teve que retornar de Cabo Verde no “Sucatinha”, outro Boeing KC-137, que servia como transporte de missões percursoras do Palácio do Planalto. Esse foi um dos incidentes que motivaram o então presidente a comprar o Airbus por quase R$ 160 milhões. Em 2013, pouco antes de sair de circulação, o avião teve novo problema de turbina, quando trazia militares de Porto Príncipe.
Segundo a FAB, uma das marcas registradas da aeronave é a capacidade de reabastecimento em voo, o chamado Revo. Além disso, possui meios para transporte de pessoal e carga. Isso, conforme a força, representou uma significativa mudança no sistema operacional e logístico da Aeronáutica. A frota de Boeing da FAB, incluindo os aviões presidenciais, realizaram mais de 45 mil horas de voos, transportando 700 mil pessoas e mais de 30 mil toneladas de cargas.
O custo na manutenção, o consumo excessivo de combustível e o barulho acima dos padrões internacionais – principalmente na Europa – decretaram a aposentadoria do Sucatão, que já não mais serva à Presidência da República desde 2005. A aeronave passou a ser usada unicamente para reabastecimento em voo de caças F-5, F-2000 e Mirage, por ter capacidade de carregar até 90 mil litros de combustível e transferir até 1,7 mil litros por minuto e em maior altitude.
Fonte: Notimp
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