Com o objetivo de avançar a cooperação técnico-militar entre Brasil e Rússia, militares e civis estiveram reunidos no Ministério da Defesa (MD), em Brasília (DF). Na ocasião, foi repassado todo o histórico das negociações para aquisição de artilharia antiaérea, as baterias Pantsir. As comitivas eram formadas por profissionais da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores.Os temas abordados voltarão a ser debatidos em setembro, quando ocorrerá a IX Reunião da Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia, na capital russa de Moscou.O subchefe de Assuntos Internacionais do MD, general Décio Luís Schons, expressou uma visão pessoal muito positiva do relacionamento Brasil-Rússia no Campo da Defesa e as boas perspectivas de futuras parcerias. “Precisamos ultrapassar nossas diferenças culturais no campo militar, particularmente no que diz respeito a operação e manutenção de equipamentos.” E completou: “Antes de mais nada, devemos construir confiança e credibilidade”.
Já o chefe da delegação russa, o senhor Vladimir Tikhomirov, do Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar, elencou os tópicos de interesse de sua nação para acordos conjuntos. Além das baterias Pantsir, ele citou o contrato de OFF-SET(compensação comercial) dos helicópteros MI-35 e a criação de um centro de manutenção para essas aeronaves; e apresentou um sistema de segurança integrada que inclui os mísseis Bal e Bastión.
Sobre o tema artilharia antiaérea, o chefe da Assessoria para os Setores Estratégicos de Defesa, general Aderico Visconte Pardi Mattioli, explicou que os estudos acerca do material a ser adotado datam de 2011. A Estratégia Nacional de Defesa, um dos documentos-base do MD, previa que o país tivesse capacidade de resposta a ameaças aéreas à média altura. Para isso, foram feitas pesquisas até chegar à escolha pelo sistema russo Pantsir. Atualmente existe grupo de trabalho específico para o tema.
O Brasil possui demanda inicial de 14 baterias antiaéreas de baixa altura e mais sete de média altura. A ideia é que a aquisição do equipamento ocorra junto com transferência de tecnologia, para que cada bateria tenha graus de nacionalização maior, de maneira progressiva, até se totalmente produzida no Brasil.
O projeto para a compra prevê a participação de empresas estratégicas de defesa, o que beneficiaria a indústria nacional deste setor. As negociações estão em andamento. “É a primeira vez que compramos um sistema conjunto. Para nós, é uma experiência nova e representa parceria estratégica. A partir da assinatura do contrato, os prazos de entrega serão ajustados de acordo com as possibilidades russas de fornecimento e com as nossas necessidades”, ressaltou o general Mattioli.
Fonte: Ministério da Defesa
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