Ahmed Gaddaf al-Dam al-Qaddafi, ex-Coronel do exército líbio, um dos mais influentes chefes de segurança interna do antigo regime e primo do ex-presidente da Líbia, Muammar al-Qaddafi, concedeu entrevista exclusiva à agência Sputnik Arabic. Segundo ele, sem apoio da Rússia, “Síria teria se transformado no mesmo inferno que a Líbia”.
Ahmed Gaddaf al-Dam al-Qaddafi, primo do líder deposto da Líbia, Muamar al-Qaddafi, fez uma alta avaliação do papel da Rússia para a normalização das crises no Oriente Médio.
“Saudamos o papel da Rússia e do presidente Vladimir Putin. Sem ele, Síria teria se transformado no mesmo inferno que a Líbia. Damos valor ao apoio da Rússia para a solução de assuntos dos países árabes, seja na Líbia, Síria ou Irque”, disse al-Dam em entrevista à Sputnik.
Ele também afirmou que os países ocidentais não estariam interessadas em uma situação estável na Líbia. “Ao meu ver, eles estavam interessados em liquidar Muamar al-Qaddafi e a “revolução al-Fateh”. Segundo o ex-Coronel, o Ocidente, no início, chorou “lágrimas de crocodilo” sobre a situação em seu país “mas hoje em dia nem essas lágrimas de crocodilo nos vemos mais”, concluiu.
O primo de al-Qaddafi acusou a OTAN de ter sido o motivo da expansão do Estado Islâmico na região, que ficou isolada após o bloqueio aéreo e acusou os esforços da ONU em formar um governo de unidade nacional de unilateralidade, pois não contempla a participação das forças políticas ligadas ao antigo regime.
Desde a queda e assassinato de Muamar al-Qaddafi, em 2011, Líbia vive uma profunda crise. Há, no país, várias milícias regionais e tribais que, em algumas regiões, contam com armamentos melhores do que a polícia local.
Líbia vive numa dualidade de poder: por um lado, o Parlamento eleito nas eleições gerais, com sede em Tobruk, e o governo de transição dirigido por Abdullah al-Thani; por outro, o Congresso Geral da Nação de tendência islâmica, com sede em Trípoli, e o primeiro-ministro eleito por esse congresso, Omar al-Hasi.
Várias regiões da Líbia não estão sob controle dessas autoridades centrais, e entre os muitos grupos armados em atuação no país, alguns juraram fidelidade ao Estado Islâmico, que controla territórios consideráveis na Síria e no Iraque e realiza execuções públicas de reféns.
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