Os franceses sempre entenderam de moda, vinho e perfume. O que muitos não sabem é que eles também estão começando a fazer fama na área de alta tecnologia. Da sede da Dassault Systèmes, em Paris, saem softwares que permitem simular nos computadores usados nas indústrias automobilística, naval, petroquímica e aeroespacial, situações que no passado, na melhor das hipóteses, não passavam de desenhos nas pranchetas.
O negócio vem dando certo e no ano passado o faturamento mundial da companhia, líder nesse segmento, foi de US$ 1 bilhão. Recentemente até a Nasa usou um desses softwares para consertar a sonda Pathfinder no solo de Marte. A carteira de clientes - entre eles a Boeing, a Volks e a Daimler-Chrysler - é de primeiro time. O principal usuário brasileiro é a Embraer. Coincidentemente, desde o ano passado a empresa brasileira tem como sócia a Dassault Aeroespacial, que faz parte da mesma holding a qual pertence a divisão de sistemas. Na semana passada, Philippe Forestier, vice-presidente para as Américas, esteve no Brasil apresentando o novo braço tecnológico da Dassault Systèmes: a Delmia (resultado da união das empresas Deneb, EAI-Delta e Safework, adquiridas pela Dassault neste ano). "O País tem um perfil industrial forte e vamos alimentar essa tendência", diz Forestier.
Além da Embraer, as montadoras Honda, Renault e GM também usam no Brasil os softwares franceses. As empresas estão atrás de três objetivos: lançar produtos num tempo mais curto, com custos mais baixos e com uma margem de erro menor. Em suas apresentações pelo mundo, Forestier costuma citar a indústria automobilística para provar a eficiência do seu software. Até meados da década de 80 as montadoras levavam quatro anos para lançar um carro.
Hoje o processo demora em média um ano e oito meses. Como? Simulando no computador o que pode acontecer durante a fabricação do veículo e ajustando a linha de produção ao que for necessário. Ou seja, o protótipo não precisa rodar pelas ruas a cada parafuso acrescentado porque quase tudo é resolvido virtualmente. Os negócios na América Latina por enquanto ainda são uma promessa de potencial. A região responde por apenas 2% da receita de US$ 1 bilhão, mas cerca de 60% dos negócios se concentram no Brasil. Para este ano as projeções são de um crescimento de 30% nas vendas brasileiras.
Fonte: Isto É Dinheiro
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