Representantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha concordaram, nesta terça-feira (26), que falta planejamento de médio e longo prazos para que o País evolua de forma significativa no campo das inovações tecnológicas. O assunto foi debatido em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.
As principais consequências dessa ausência de planejamento, segundo os expositores, vão desde a dificuldade em repor mão de obra de forma ágil, pois a legislação cria uma série de entraves na contratação de pessoal, até a não conclusão de projetos por falta de recursos financeiros.
O vice-chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, General Rodrigo Ratton, reconheceu que o setor de inovação das Forças Armadas melhorou bastante nos últimos doze anos, com o aumento significativo dos verbas injetadas pelo governo federal. Ele alertou, no entanto, que o cenário futuro é preocupante, tendo em vista os cortes nos gastos públicos que o Executivo tem feito.
Uma solução apontada por Rodrigo Ratton para fazer o Brasil crescer no setor de inovação seria incentivar a participação da iniciativa privada no desenvolvimento de novas tecnologias. “No restante do mundo, a inovação é maior porque as empresas também têm centros de pesquisa, que ficam mais integrados com as universidades e as instituições”, informou. “A maior dificuldade que vejo no Brasil é exatamente porque o fomento a essas áreas é feito quase que exclusivamente pelo poder público”, completou.
Crise
A deputada Tia Eron (PRB-BA), que solicitou a realização do debate, ressaltou a importância de investir de maneira mais incisiva no setor de tecnologia. Na opinião dela, o atraso tecnológico é um dos agravantes para a atual crise econômica vivida pelo Brasil.
"Não é justo que sejamos um país potência na agricultura, mas que utilizemos máquinas com motores bem inferiores aos encontrados na Alemanha e na Suíça, por exemplo”, declarou a parlamentar.
Segundo uma das principais empresas que atuam no mercado financeiro mundial, a Bloomberg, o Brasil ocupa a 47ª posição no ranking de 50 países que mais inovam no mundo, à frente apenas de Argentina, África do Sul e Marrocos. Conforme o estudo, divulgado neste ano, a Coreia do Sul é a nação mais inovadora. Em seguida, aparecem, respectivamente, Japão, Alemanha, Finlândia e Israel.
Fonte: Notimp
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