A Rússia respirou aliviada nesta segunda-feira (18) depois que a agência espacial Roscosmos anunciou que a nave Progress acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS) conseguiu acionar os motores e corrigir a órbita da plataforma.
"Na madrugada de domingo para segunda-feira, a órbita da ISS foi corrigida com êxito", anunciou a Roscosmos, após dois incidentes no fim de semana que colocaram em dúvida confiabilidade da indústria espacial russa. A manobra durou 30 minutos, segundo a agência espacial.
A nave Progress M-26M, acoplada ao módulo Zvezda, conseguiu corrigir a órbita da ISS e colocou a estação na altura desejada, o que permitirá o retorno à Terra de três tripulantes em junho. A manobra deveria ter sido concluída na sexta-feira (15), mas foi adiada depois que os operadores russos não conseguiram acionar os motores da nave.
Horas mais tarde, a Rússia anunciou a "perda" de um satélite mexicano de telecomunicações, provocada por uma falha no lançamento do foguete de transporte.
O foguete de lançamento do satélite, com várias toneladas de combustível tóxico, caiu na região de Chita, na Sibéria, mas a maior parte se desintegrou na atmosfera.
Governo pediu explicações
O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, exigiu no sábado explicações ao diretor da Roscosmos, Igor Komanov, dando a entender que o governo poderia anunciar demissões.
"Este acidente é a consequência de uma crise sistêmica da indústria espacial", denunciou em um comunicado o vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozin, que prometeu reformas e destacou que o governo vai apresentar um projeto de lei ao Congresso.
No ano passado, a Rússia registrou uma série de fracassos no setor espacial, o que provocou a demissão do diretor da Roscosmos.
Há menos de um mês, os operadores russos perderam o controle da nave espacial de carga Progress, que caiu na Terra e se desintegrou na atmosfera.
A perda desta nave, que custou US$ 572 milhões, representou um duro golpe para a indústria espacial russa, um setor estratégico que é considerado um orgulho do país.
A nave abasteceria a ISS e seu colapso provocou o adiamento do retorno à Terra de três astronautas, o russo Anton Shkaplerov, o americano Terry Virts e a italiana Samantha Cristoforetti.
A Rússia está em um processo de reforma de seu programa espacial, mas especialistas afirmam que a reestruturação vai demorar anos, já que não existem funcionários suficientes para substituir os especialistas da era soviética.
"Durante 20 anos, o setor não foi financiado e os funcionários não foram treinados", afirmou à agência Ria Novosti o parlamentar Valeri Gartung, que preside a comissão do programa espacial no Congresso.
Fonte: AFP
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