O presidente Vladímir Pútin discutiu com o premiê israelense Benjamin Netanyahu em conversa telefônica nessa terça-feira (14) a decisão russa de levantar o proibição de venda de mísseis S-300 ao Irã.
"Vladímir Pútin destacou que, por suas características táticas e técnicas, o sistema S-300 tem finalidades puramente defensivas e não representa ameaça à segurança de Israel e outros países do Oriente Médio", lê-se em comunicado divulgado pelo Kremlin.
A proibição de fornecimento do equipamento ao Irã foi cancelada nesta segunda-feira (13) por decreto presidencial. A resolução contra Teerã estava em vigor desde 2010, depois de decisão conjunta do Conselho de Segurança da ONU.
A chanceler alemã Angela Merkel também fez críticas um dia após a decisão russa.
"Sou a favor de que o cancelamento das sanções seja feito em conjunto [com os outros países do Conselho de Segurança que as adotaram]", disse Merkel após encontro com o premiê indiano em Berlim.
Apesar disso, a líder alemã afirmou ser um " passo importante" os acordos com o Irã sobre a questão nuclear no formato 5 + 1, ou seja, com os países que têm poder de veto na ONU (China, EUA, França, Rússia e Reino Unido) e a Alemanha.
Irã próximo demais do Ocidente?
Em Moscou, a decisão presidencial foi relacionada ao "significativo progresso" dos recentes acordos sobre o programa nuclear iraniano, segundo declarou o ministro dos Negócios Exteriores russo, Serguêi Lavrov. Ele também relembrou as tensões que ocorrem atualmente na região, sobretudo no Iêmen.
O Conselho de Segurança do Irã declarou esperar o fornecimento dos complexos de defesa já para este ano, e o Ministério da Defesa iraniano afirmou que a decisão fortalece a cooperação entre os dois países.
Já a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf, destacou que o fornecimento dos mísseis S-300 é um passo não construtivo, citando a "função desestabilizante" que Irã tem na região.
"A medida é um sinal para o Irã de que ele já foi longe demais na aproximação com o Ocidente", afirma o cientista político Aleksêi Arbatov.
Segundo ele, Moscou receia que o Irã volte-se demais às potências ocidentais e desconsidere os interesses da Rússia.
"Por exemplo, uma derrubada nos preços nos preços de gás e petróleo levaria o Ocidente a considerar as commodities desse país como alternativa às russas", diz.
Fonte: Gazeta Russa
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