A sueca SAAB e a brasileira Embraer, assinaram nesta terça (14) durante a LAAD 2015, o acordo para a produção do novo caça brasileiro. Tal acordo determina a participação da Embraer no programa FX-2, vencido pela SAAB que arrematou o contrato bilionário com o governo brasileiro para fornecer não apenas um novo caça a Força Aérea Brasileira, mas a parceria no desenvolvimento de um novo caça, onde haverá a capacitação da industria brasileira no campo de aeronaves de combate modernas, com o Gripen NG sendo o marco do desenvolvimento dessa industria no Brasil.
Tal acordo irá capacitar a Embraer, dando sequência ao memorando de entendimento anunciado em 11 de julho de 2014, informou a fabricante brasileira de aviões. Conforme o comunicado, esta parceria é parte do compromisso de cooperação industrial da Saab em relação ao programa F-X2.
"Nos termos deste acordo, a Embraer desempenhará um papel de liderança na execução do programa e realizará uma grande parte do trabalho de produção e entrega das versões monoposto e biposto do Gripen NG, caça de última geração adquirido pelo Brasil", explica a companhia, na nota.
A Embraer será responsável por grande parte do desenvolvimento de sistemas, integração, testes, montagem final e entregas de aeronaves e participará da coordenação de todas as atividades de desenvolvimento e produção no Brasil. Além disso, a Embraer e a Saab serão responsáveis pelo desenvolvimento completo da versão biposto do Gripen NG.
A Embraer e a sueca Saab esperam concluir ainda no primeiro semestre deste ano uma modelagem de negócio que possa viabilizar a criação de um pólo exportador de aeronaves de combate no Brasil a partir de 2023, afirmou nessa terça-feira o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider.
Segundo ele, há um potencial de negócios para os dois países que justificaria a possibilidade de criação dessa base exportadora no Brasil.
"Existem conceitos que são comuns; nós temos venda mais ativa no âmbito da América Latina e em alguns países da África e a Suécia, por sua vez, tem facilidade de venda na comunidade européia e países já clientes do (caça) Grippen", disse o executivo da Embraer a jornalistas durante a feira de equipamentos militares Laad, no Rio de Janeiro.
"O modelo de negócio em si estamos definindo o seu desenho final. Devemos ter algo pronto até o fim do primeiro semestre. A ideia é explorar a força das duas empresas de forma mais ativa e que ambas possam comercializar e produzir o Grippen", disse Schneider.
O Brasil efetuou a compra inicial de 36 aeronaves Grippen NG após um longo processo de licitação, onde enfrentou diversos atrasos até sua conclusão, sendo o contrato avaliado em cerca de 5,4 bilhões de dólares.
Como o Gripen NG ainda esta em fase final de projeto, espera-se que o primeiro exemplar da nova aeronave seja entregue em 2018 e o primeira lote da encomenda deve ter sua entrega concluída a partir de 2023.
Ainda durante a LAAD o ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou que um possível contingenciamento de recursos do orçamento previsto para este ano não vai prejudicar o andamento do programa FX-2 para a produção dos caças suecos com a Embraer.
Wagner afirmou que a parceria com os suecos prevê desembolso brasileiro “muito pequeno” para 2015. “O desembolso do Orçamento da União, este ano, é de aproximadamente R$ 18 milhões e nossos esforços são para a assinatura do contrato de financiamento, que será pago no médio e no longo prazo, e dará sustentação a todo esse desenvolvimento”. segundo informou o ministro o lado sueco da parceria deve investir cerca de 1 bilhão de reais no programa este ano.
Ainda frisou o ministro que “Quinze dessas aeronaves devem ser fabricadas integralmente no Brasil, e o restante será fabricada metade na Suécia e metade aqui, e o horizonte que temos é de ser um polo exportador”, segundo Wagner. Engenheiros brasileiros vão ser enviados à Suécia no próximo semestre para iniciar o processo de capacitação e aprendizado, afim de conferir capacidade para que ocorra a transferência de tecnologia para produção e desenvolvimento da aeronave.
O ministro falou também sobre as suspeitas de irregularidades na licitação que está sendo investigado pelo Ministério Público. “Qualquer suspeita que se levante será apurada, mas não nos cabe a ingenuidade". Ele disse que existe uma disputa comercial muito forte em torno do contrato, além de interesses estratégicos. "Há um contexto em torno dessa assinatura com o Gripen que movimenta paixões e interesses comerciais.”
Fonte: GBN GeoPolítica Brasil
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