A visita de dois dias do presidente russo Vladímir Pútin ao Cairo, iniciada na última segunda-feira (9), gerou expectativas de novos contratos para venda de armas e declarações políticas polêmicas.
Mas essas esperanças, suscitadas pela simbólica Kalashnikov com a qual o presidente russo presenteou seu homólogo egípcio, Abdul Fatah Al-Sisi, foram encobertas por novos planos bilaterais em outro setor: o energético.
O histórico das relações entre os dois países no ramo é longo. Entre os anos 1950 e 1960, no pico das relações soviético-egípcias, sua principal realização foi a represa de Assuã Alta e sua usina elétrica.
Agora, a nova central de energia nuclear que a Rússia pretende construir no país deve se tornar o símbolo das relações Rússia-Egito. Se tudo correr como planejado, a companhia estatal russa Rosatom deverá erguer, à beira do Mar Mediterrâneo, cinco blocos de usinas nucleares de alta capacidade, somando 1,2 mil MW.
Os acordos devem estar prontos dentro de três meses, e o contrato, até o final do ano, de acordo com o chefe da Rosatom, Serguêi Kirienko.
Se o compromisso realmente se firmar, esta será a segunda central nuclear construída pela Rússia no Oriente Médio. A primeira está localizada na Jordânia.
O presidente russo ressaltou que o acordo significa não apenas a construção da usina, mas a criação de um setor nuclear no país, hoje inexistente.
Na atualidade, o Egito passa por um déficit de energia e, de acordo com o chefe do Conselho Comercial Russo-Egípcio, Mikhail Orlov, o Cairo tem total interesse em acelerar o desenvolvimento da energia nuclear no país.
A visita também resultou em entendimentos sobre a criação de uma zona de livre comércio entre o Egito e a União Aduaneira (Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão), sobre o desenvolvimento de uma zona industrial russa nos arredores do canal de Suez, assim como sobre o incentivo a parceiras de investimentos.
O comércio bilateral entre os países é avaliado em 3 bilhões de dólares, dos quais apenas cerca de 280 milhões de dólares em produtos egípcios são exportados à Rússia.
Fonte: Gazeta Russa
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