Os novos submarinos do projeto 094 equipados com mísseis JL-2, com mais de 8000 km de alcance, podem atacar, segundo a inteligência naval dos EUA, o arquipélago do Havaí e o Alasca, assim como todas as bases militares dos EUA e dos seus aliados na Ásia permanecendo perto da sua própria costa. Os chineses não irão, provavelmente, se limitar a esses resultados e irão tentar desenvolver novas modificações dos mísseis JL-2 com um maior alcance.
O início das patrulhas regulares irá fazer pensar na futura composição da frota de submarinos nucleares chineses. Se considera que para manter um submarino em patrulha permanente, tendo em conta as necessidades de manutenção e de treinamento das tripulações, a frota deve possuir pelo menos três submarinos operacionais. Se considerarmos a necessidade de realizar grandes reparações periódicas, serão necessários pelo menos quatro submarinos. Essa é a quantidade detida pela França e pelo Reino Unido.
Manter uma intensidade tão elevada de patrulhamento com pequenas forças é possível apenas às marinhas com uma enorme experiência e tecnologias desenvolvidas. A China irá precisar provavelmente de 5 submarinos 094. Neste momento estão prontos 3 desses submarinos.
Uma outra questão importante é a tática dos submarinos. Os submarinos chineses continuam a ser inferiores aos ocidentais e aos russos quanto à sua furtividade. A marinha chinesa terá dificuldades em protegê-los dos submarinos nucleares multifuncionais dos EUA. A provável resposta a essa questão será a criação dos chamados “bastiões": áreas marítimas fortemente protegidas e defendidas em que os submarinos estejam em segurança.
A URSS possuía “bastiões” nos mares de Barents e de Okhotsk, que são regiões do oceano relativamente remotas. Ao contrário da URSS, os mares que banham a China dentro da primeira cintura insular são uma das regiões mais frequentadas pelo tráfego de comércio marítimo e pelas pescas. Nos mares da China Meridional e da China Oriental a China está envolvida em múltiplas disputas territoriais que assumem um caráter cada vez mais explosivo.
A criação de uma componente naval operacional permanente das forças nucleares estratégicas chinesas pode tornar muito mais perigosas essas disputas territoriais e os potenciais conflitos locais a elas associados. Já neste momento muitas das ações da China no Mar da China Meridional são ditadas pela necessidade de garantir a segurança dos submarinos nucleares chineses que têm a sua base na ilha de Hainan.
Se o Mar da China Meridional se tornar na zona de patrulhamento dos submarinos nucleares chineses, e nessa região tiver início um conflito local com uma intervenção militar norte-americana, o risco de uma interpretação errada das ações do adversário será muito elevado.
O comando chinês terá dificuldades, em determinadas circunstâncias, em distinguir as ações dos EUA que se destinam a vencer um conflito local das tentativas para furar o bastião e destruir os submarinos nucleares chineses. Isso poderá ser visto como o início de um ataque preventivo incapacitante. É evidente que se a competição militar sino-americana evoluir num espírito de confrontação, nós iremos assistir no mar a situações muito perigosas.
Fonte Voz da Russia
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