Hoje, todas essas adversidades ficaram no
passado. A parte russa demonstrou a vontade de ir ao encontro do parceiro,
enquanto a parte indiana teve suficiente autodomínio e tato para não agravar
mais a situação. Como resultado, rumo às costas indianas zarpa uma embarcação
absolutamente nova, equipada de sistemas de navegação mais sofisticados e capaz
de levar a bordo 30 aeronaves, incluindo os aviões MiG-29K e
helicópteros Ka-27 e Ka-31.
Ganharam todos. Moscou reconfirmou a
reputação de principal parceiro da Índia na área de cooperação técnico-militar.
As partes souberam esquivar as perdas reputacionais que em alguns momentos
pareciam ser inevitáveis. Todos quantos alegavam que Moscou queria lucrar
vendendo à Índia “um vaso enferrujado e moralmente obsoleto”, hoje ficaram
calados. Bem como aqueles compatriotas nossos que acusavam a Índia de se servir
de artimanhas regateando o preço no intuito de obter, como diziam, quase de
graça um porta-aviões modernizado.
O negócio do porta-aviões Vikramaditya não vai terminar após este ter
sido entregue ao comando da Marinha da Índia. A Rússia já está fornecendo
treinamento à tripulação indiana do porta-aviões. Além disso, a parte russa está
criando uma infraestrutura de operação do Vikramaditya na área do oceano Índico.
Visto que a vida útil do navio é de 30
anos, pode-se dizer com certeza que o
Vikramaditya determinará não só o hoje mas também o amanhã da cooperação
técnico-militar russo-indiana.
Os desafios que a Índia está enfrentando
na atualidade requerem vias comerciais marítimas protegidas, acessos garantidos
às fontes de recursos e proteção da numerosíssima comunidade indiana nos países
da Ásia. Isso requer, por sua vez, uma mudança de enfoque na estratégia de
desenvolvimento das Forças Armadas e a transferência do centro de gravidade para
a componente naval. Por outras palavras, o objetivo estratégico deveria visar a
transformação da Índia em grande potência naval.
Ao começar a operar o Vikramaditya, um porta-aviões moderno, a
Marinha de Guerra da Índia sobe para uma categoria de peso absolutamente
diferente, o que lhe possibilita uma consecução abrangente do objetivo ambicioso
de contribuir para que a Índia ganhe vantagens estratégicas na região asiática.
É precisamente esta a dimensão geopolítica do negócio de conversão do Admiral
Gorshkov em porta-aviões
Vikramaditya.
Fonte: Voz da Rússia
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