As potências ocidentais vão rejeitar um pedido da Síria para transportar material relativo a armas químicas, alegando que os blindados e outros equipamentos envolvidos poderiam ser usados para combates da guerra civil em curso, disseram diplomatas à Reuters.
O governo do presidente Bashar al-Assad apresentou o que enviados de dois governos ocidentais disseram ser uma "longa lista de compras" destinada a equipar e proteger comboios rodoviários de Damasco à costa, passando por zonas de conflitos.
Segundo essas fontes, a Opaq, agência internacional que supervisiona o desamamento químico sírio, vai rejeitar o pedido argumentando que a maior parte dos itens pode ter uso no conflito contra os rebeldes. "Não há forma de que o regime seja abastecido com equipamentos que poderiam ser usados pelo Exército para matar mais sírios inocentes", disse um diplomata. "Isso não vai acontecer."
Diplomatas dizem que em 21 de outubro a Síria pediu à Opaq dezenas de veículos blindados, geradores e cozinhas de campanha, como parte do equipamento necessário para retirar 1,3 mil toneladas de produtos químicos da localidade portuária de Latakia, como forma de cumprir um acordo internacional destinado a neutralizar o arsenal químico do governo de Bashar al-Assad.
O governo sírio também solicitava novos canais de comunicação entre Damasco e as cidades litorâneas, para melhorar a segurança nas rodovias pelas quais deverão passar dezenas de contêineres com material bélico. Damasco e o litoral são bastiões da seita minoritária alauíta, mas os rebeldes ligados à maioria sunita ameaçam as comunicações rodoviárias entre as duas áreas.
Um diplomata de outra potência ocidental disse, comentando o pedido sírio: "Eles não vão conseguir isso de nós, não acho que a ONU nem a União Europeia, que aplicou sanções, tampouco aceitarão isso".
A chancelaria síria não respondeu a um pedido para comentar o assunto, e não está claro se a rejeição ocidental ao pedido poderá retardar o processo de neutralização do arsenal químico de Assad. As potências ocidentais, que financiam a operação, acreditam que a Síria pode transferir o material sem a necessidade de equipamentos adicionais que tenham claros usos militares.
Fonte: Reuters
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