Em outubro a mídia oficial da China referiu pela primeira vez o aparecimento de um novo míssil balístico de curto alcance, o DF-15C. As suas primeiras fotos surgiram ainda no início de 2006. Contudo, nessa altura se falava de testes de um novo tipo de arma, mas hoje já se pode falar da sua entrada ao serviço.
O míssil DF-15C é fabricado pela Quarta Academia da corporação aeroespacial CASC de Xian. Os primeiros desses mísseis começaram a ser entregues ao exército ainda em 1989. As suas características na altura não tinham nada de notável, além de possuírem uma precisão bastante baixa. Desde então esse míssil foi modernizado diversas vezes. Assim, o míssil DF-15B atualmente ao serviço do Exército de Libertação Popular da China, assim como o DF-15C que está a ser distribuído ao exército, são de fato novos sistemas de armas diferentes dos primeiros mísseis DF-15 e DF-15A.
Ao contrário dos mísseis antigos, o DF-15B e o DF-15C não têm um, mas dois estágios. O DF-15B possui um alcance maior que os seus antecessores (900 km em vez dos anteriores 600 km). Ele tem uma ogiva manobrável e um sistema de pontaria de precisão. Se as versões antigas do míssil DF-15 serviam sobretudo para atingir grandes obras de infraestrutura civil ou cidades, já as suas últimas modificações podem atingir alvos militares protegidos.
A China considera os mísseis balísticos de alta precisão de médio e curto alcance como uma resposta assimétrica ao esperado domínio aéreo do adversário. Esses mísseis permitem realizar ataques eficazes a alvos na retaguarda do inimigo, mesmo que a luta pela supremacia aérea esteja perdida. Mas se se conjugarem certas circunstâncias favoráveis, esses próprios mísseis poderão se tornar num meio para obter uma supremacia aérea, se numa fase inicial do confronto se conseguir realizar um ataque maciço preventivo contra os aeródromos inimigos.
A acreditar nas publicações da mídia chinesa, o DF-15C não irá substituir, mas complementar o DF-15B. Ele tem um alcance inferior, mas a sua capacidade para destruir obras defensivas foi aumentada. Além dos centros de comando, depósitos e aquartelamentos subterrâneos, os seus alvos poderão ser os abrigos protetores para aviões que ainda são usados por muitos países.
É importante referir que a gama de mísseis DF-15 continua se desenvolvendo, apesar de as tropas terem começado a receber mísseis mais potentes DF-16 com um alcance superior a 1.000 quilômetros. A China, que não está sujeita às rígidas limitações relativas ao tipo e quantidade de mísseis, se está tornando num dos principais centros mundiais do seu desenvolvimento.
Nem a Rússia, nem os EUA, têm agora o direito de fabricar um míssil semelhante ao DF-15B devido ao acordo existente entre eles e que proíbe o fabrico de mísseis com alcance superior a 500 e inferior a 5.500 km. Por exemplo, o principal míssil balístico tático russo Iskander tem um alcance inferior a 500 km.
Os DF-15 constituem a principal força de ataque de um complexo de cerca de 1.800 mísseis apontados a Taiwan. Podemos supor que esse míssil já tem o seu fabrico otimizado e que terá um custo baixo.
O custo reduzido e a grande quantidade fabricada desse míssil põe em questão a possibilidade de ele ser contrariado com recurso a sistemas de defesa antimíssil (DAM), pois cada míssil antimíssil é muito mais caro: custa muitos milhões de dólares. Os sistemas de DAM que usam complexos Patriot PAC 3, e que estão sendo instalados numa série de países da região, podem teoricamente proteger desses ataques apenas alvos pontuais, mas já não serão capazes de se opor a um uso maciço de mísseis balísticos táticos chineses.
Fonte: Voz da Rússia
Fonte: Voz da Rússia
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