Em setembro de 2013 a companhia
norte-americana Raytheon perdeu o concurso para a empresa chinesa de maquinaria
CPMIEC. Deste modo, a China obteve o direito de fornecer à Turquia complexos de
artilharia antiaérea HQ-9, ou seja, uma cópia do conhecido sistema russo S-300P.
Claro que os resultados do concurso deverão ser aprovados pelo executivo turco.
Esta derrota amarga veio provocar a forte pressão de Washington sobre Ancara. Os
americanos lembraram que a empresa chinesa é alvo de sanções devido à
colaboração com o Irã, a Coreia do Norte e a Síria. Além disso, a Casa Branca
ressalvou que a criação conjunta de um sistema será incompatível com os padrões
da OTAN e irá enfraquecer a força dos aliados de Ancara, podendo até abalar um
dos princípios básicos da Aliança Atlântica.
Na sequência disso, o chefe da diplomacia
turca anunciou que, perante uma nova proposta conveniente, Ancara irá assinar um
contrato com uma companhia estadunidense ou europeia.
Ao que parece, a Turquia se viu numa
situação difícil e os EUA irão fornecer-lhe seus sistemas DAM, anunciou à Voz da
Rússia Vladimir Evseev:
“Muita coisa está em jogo. Se calhar, os
turcos queriam, à custa dos chineses, abater o preço. Mas, tudo indica que a
Turquia acabará por optar pelo sistema americano. Ao menos, devido ao fato de
pertencer à OTAN. Por outro lado, terá de, para manter as aparências, se mostrar
independente e, ganhar assim as melhores condições para o contrato em
causa.”
A China também está prosseguindo seu jogo,
tentando tirar dividendos comerciais e políticos, adianta Vladimir Evseev:
"No essencial, a China começa a lidar com
os países-membros da OTAN. Pode, pela primeira vez, propor sistemas DAM, que
podem ser vendidos aos países industrializados. Tal aposta é realmente séria. A
China é capaz de aceitar condições de venda vantajosas para a Turquia,
prometendo-lhe benefícios no pagamento gradual. Do ponto de vista econômico, os
termos do contrato, propostos pela China, são mais favoráveis em comparação com
os americanos. Todavia, os EUA têm mais possibilidades relacionadas com os
lobistas políticos. Tomando em conta que os equipamentos militares turcos foram
todos produzidos pelos EUA, Ancara não vai correr riscos para receber o sistema
antimíssil chinês."
Enquanto isso, Washington não tem certeza
que a forte pressão política sobre a Turquia seja suficiente para suplantar a
China. As empresas Raytheon e Lockheed Martin têm travado conversações intensas
nos meios industriais e junto do governo norte-americano quanto à alteração de
suas propostas já feitas à Turquia. O objetivo é fazer com que essas sejam mais
atraentes em termos de competitividade. Calculam-se ainda projetos de produção
conjuntos. A China não logrou fazê-lo na primeira etapa. Além disso, Pequim
propôs a Ancara condições vantajosas de investir os meios obtidos com contrato
na economia turca. Os americanos estão tentando avançar com variantes mais
aliciantes. Segundo uma fonte, a Turquia pretende obter tecnologias de
lançamento de foguetes espaciais. Porém, não está claro se a administração dos
EUA irá aprovar a exportação de tais tecnologias no quadro das propostas já
formuladas.
Fonte: Voz da Rússia
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