sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Pinochet teria feito armas químicas no Chile para se defender do Peru

 
A ditadura de Augusto Pinochet desenvolveu armas químicas como o gás sarin para se defender de uma eventual invasão do Peru no norte do Chile, segundo a declaração judicial de um ex-membro dos serviços secretos.
 
"Nesta época (fim da década de 1970), o Peru tinha uma força militar muito poderosa e a ideia do (gás) sarin era poder utilizá-lo como arma defensiva no norte do Chile, área desértica com uma população muito escassa", disse em o ex-agente da Direção Nacional de Inteligência (DINA), Michael Townley, em uma declaração à qual a France Presse teve acesso.
A declaração data de 2006 e foi realizada via carta precatória a Townley nos Estados Unidos - onde vive sob o sistema de testemunha protegida - pelo juiz Alejandro Madrid, que investiga o assassinado do químico da DINA Eugenio Berríos, que desenvolveu o gás sarin.
 
Após o fim da ditadura de Pinochet, em 1990, Berríos fugiu do Chile e se refugiou no Uruguai, onde seu cadáver apareceu em 1995 em uma praça próxima a Montevidéu.
A justiça chilena ratificou e aumentou recentemente as condenações de três militares uruguaios e de outros 11 chilenos como autores e cúmplices do sequestro e assassinato no Uruguai de Berríos.
Os coronéis uruguaios Tomás Casella Santos, Eduardo Radaelli Copolla e Wellington Salri Pose foram condenados a entre 5 e 15 anos de prisão, em uma decisão que ainda deve ser ratificada pela Suprema Corte.
No fim da década de 1970, a ditadura de Pinochet também espalhou milhares de minas terrestres e antitanques na fronteira com o Peru, que ambos os países se comprometeram a remover, e que na semana passada feriram uma pessoa.
 
Fonte: AFP
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