quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Nada de elite: aviação é transporte coletivo, diz ministro

 
Para ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, infraestrutura não é único problema dos aeroportos: é preciso começar a tratar aviação como transporte coletivo
foto: Angelo Nicolaci / GBN
"Não é que eu não me preocupe com a Copa do Mundo, mas estou preocupado mesmo é em melhorar o atendimento dos passageiros no dia a dia", afirmou o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, a uma plateia de empresários no 4º EXAME Fórum de Infraestrutura, que ocorre hoje na capital fluminense.
 
O ministro garantiu que os aeroportos brasileiros não terão problemas em atender a demanda durante a Copa do Mundo, mas que é preciso fazer uma revolução cultural para atender bem e de forma cotidiana os passageiros.
 
"Nós temos dificuldade é no dia a dia, porque a operação dos aeroportos ainda é estruturada como se os aeroportos fossem uma forma de transporte de elite e não de transporte coletivo, como de fato é", disse Franco.
 
Segundo ele, esse é um grande avanço que será promovido pelas concessões dos aeroportos: acabar com a cultura do monopólio e dos privilégios.
 
"Não tem cabimento ficar chamando passageiro ausente pelo sistema de auto-falante, você já viu isso em rodoviária, por acaso? Essa mudança cultural tem que ser promovida na operação do aeroporto", defendeu.
 
Nesse sentido, o ministro afirmou que a Infraero também vai ter que mudar seu papel, pois não estará mais sozinha no mercado.
 
Experiência nova
 
Moreira Franco afirmou que essa onda de concessões representa uma nova fase para o país. "Nós temos que ter a consciência de que estamos vivendo uma experiência nova do ponto de vista técnico, político e ideológico. Não temos nem 15 anos de experiência com concessões", disse.
 
O ministro disse que o Brasil viu sua infraestrutura se degradar nos últimos 30 anos e que agora precisa correr atrás. E o único jeito de se fazer isso na velocidade necessária é em parceria com o capital privado.
 
"Não há mais preconceito contra o capital privado, hoje tem-se consciência da necessidade de aumentar a capacidade de investimento do país, e que o capital privado é necessário nesse processo", disse.
 
Segundo ele, a grande dificuldade agora está na qualidade dos projetos apresentados. "Perdemos uma geração inteira de engenheiros com a estagnação dos investimentos, a experiência nesta área de infraestrutura não se acumulou, nem se transferiu", afirmou o ministro.
 
Fonte: Exame
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