Durante um encontro com o presidente russo Vladímir Pútin, o diretor-geral de Operações do Estado-Maior, general Vladímir Zalútski, disse que o novo míssil irá ampliar significativamente as potencialidades das forças nucleares da Rússia para romper os sistemas de defesa antimíssil.
Embora as especificações técnicas sobre o novo míssil não tenham sido reveladas, o fato de ele carregar veículos nucleares hipersônicos manobráveis de reentrada já uma grande inovação perante os armamentos disponíveis atualmente.
"Os mísseis balísticos tem uma certa trajetória de voo e uma determinada disponibilidade de energia. Esses parâmetros são difíceis de superar durante o desenvolvimento de novos modelos de mísseis. Portanto, só as ogivas podem ser submetidas à modernização”, explica o ex-diretor do 4º Instituto Central de Pesquisa do Ministério da Defesa, Vladímir Dvorkin.
Parceria indiana
Atualmente, os EUA estão trabalhando em vários mísseis hipersônicos: o HySTR, o Hyper-X e o X-34. Alguns derivam dos mísseis balísticos estratégicos retirados de serviço.
Na recente edição do Salão Internacional Maks-2013, um representante da empresa russo-indiana BraMos, fabricante do míssil supersônico antinavio BraMos disse que, em um futuro próximo, a Índia terá uma versão hipersônica desse míssil. O único problema é a falta de materiais capazes de proteger o veículo do sobreaquecimento. No entanto, a julgar pelas atividades desenvolvidas pelo lado russo, Moscou já teria resolvido esse problema esse problema.
O ex-presidente da Agência Espacial Russas (Roscosmos), Vladímir Popóvkin, afirmou recentemente que a Rússia está concluindo os testes do míssil Zircon criado a partir do míssil de cruzeiro supersônico Oniks, par russo do míssil indiano BraMos, que está em serviço dos submarinos nucleares da classe Iássen do projeto 855 e será instalado em aviões de caça Su-30MK e bombardeiros táticos Su-34.
Na cola dos EUA
Em 1997, o então chefe do Estado-Maior, Iúri Baluévski, anunciou que a Rússia havia criado um veículo aéreo hipersônico capaz de manobrar e ser redirecionado em qualquer momento do voo, ao contrário das ogivas nucleares comuns que se movimentam em uma trajetória parabólica clássica.
Enquanto a ogiva nuclear comum reentra na atmosfera terrestre a uma velocidade de 5.000 metros por segundo, o veículo hipersônico atinge uma velocidade duas vezes maior, o que dificulta sua detecção por radares do sistema de defesa antimísseis.
No início daquele ano, o centro de pesquisa e desenvolvimento Raduga apresentou um veículo hipersônico experimental, o X -90, durante o Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço de Moscou (Maks), em Jukóvski.
Designado no Ocidente como AS-19 Koala e destinado a substituir o míssil de cruzeiro estratégico que estava em serviço dos bombardeiros estratégicos russos Tu-160, o X -90 tinha alcance de 3.000 km. Além disso, o míssil transportava duas ogivas de orientação individual, capazes de atingir alvos a uma distância de 100 km do ponto de separação.
Havia expectativa de que o míssil X-90 fosse instalado na versão modernizada do bombardeiro estratégico Tu-160M. No entanto, os trabalhos com o novo míssil acabaram sendo suspensos, pois havia outros projetos mais ousados.
Depois que os EUA intensificaram os trabalhos em seus veículos hipersônicos, Moscou começou a revelar seus trunfos na área, dos quais o veículo nuclear hipersônico manobrável de reentrada do míssil balístico RS-26 Rubej é o principal.
Fonte: Gazeta Russa
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