Os EUA acreditam que três satélites chineses, lançados no verão e que desde agosto vêm realizando estranhas manobras em órbita, fazem parte do programa de desenvolvimento de armas antissatélite, relatou a publicação online Washington Free Beacon. Os três satélites – SY-7, CX-3 e SJ-15 – efetuaram manobras de aproximação, e um deles, dotado de manipulador, capturou com a mão mecânica um outro satélite.
As autoridades chinesas anunciaram oficialmente que os satélites SY-7, CX-3 e SJ-15 iriam cumprir missões de pesquisa científica relacionadas com a manutenção de engenhos espaciais. Os testes da mão do manipulador responde plenamente a tal objetivo. Uma ferramenta similar havia, em particular, a bordo das espaçonaves americanas Space Shuttle.
Contudo, a tecnologia de aproximação em si pode ter aplicação militar. A União Soviética desenvolvia outrora satélites interceptadores destinados a se aproximarem de aparelhos espaciais do opositor para os explodir. Para além dos sistemas antissatélite já bem experimentados, que usam mísseis DF-21 e, possivelmente, DF-31 lançados a partir de bases em terra, a República Popular da China pode dispor também de satélites-assassinos ao jeito dos soviéticos. Colocados em órbita num período de crescente tensão bélica, tais satélites podem permanecer ali durante tempo prolongado esperando a ordem de ativação.
No entanto, o fato de aniquilação do satélite por uso de armas antissatélite pode ser provado com facilidade e, do ponto de vista jurídico, é um ato de guerra. A China, talvez, está procurando formas mais flexíveis para reduzir a eficiência dos satélites inimigos através de desarranjar seu funcionamento sem os destruir. As tecnologias que permitem capturar os satélites inimigos mediante o manipulador, alterar sua orientação ou estragar algumas partes, assim como as de geração de interferências podem ser muito mais convenientes. Em certos casos, o opositor inclusive não será capaz de detectar que seu satélite sofreu uma intromissão.
A China vê as armas antissatélite como uma das alternativas para contra-arrestar a supremacia tecnológica americana. A doutrina militar chinesa prevê a implementação simultânea de métodos de guerra radioeletrônica, ataques aos sistemas de comunicação, reconhecimento e comando, bem como realização de ataques nas redes informáticas. Nesse contexto, uma especial atenção aos métodos de supressão radioeletrônica dos satélites do adversário é natural e inevitável. Como resultado, a China já no presente momento tem um programa de criação de armas antissatélite mais sofisticado do mundo.
Fonte: Voz da Rússia
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