Termina na próxima quinta-feira (10) o prazo para que interessados apresentem projetos que irão disputar uma linha de financiamento de R$ 2,9 bilhões destinados ao desenvolvimento de iniciativas à inovação nos setores Aeroespacial, de Defesa e Segurança. O anúncio foi feito nesta terça-feira (8) pelo diretor Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa (MD), vice-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith, em audiência no Senado Federal.
Intitulado Inova Aerodefesa, o programa faz parte do Inova Empresa, plano de investimento do governo federal que prevê a articulação de diferentes ministérios e o apoio financeiro por meio de crédito, subvenção econômica, investimento e o financiamento a instituições de pesquisa. O Aerodefesa foi lançado em maio deste ano.
Os recursos são oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O programa prevê apoio a empresas brasileiras e instituições científicas tecnológicas no ciclo produtivo de diversos equipamentos, desde as fases de pesquisa e desenvolvimento até a industrialização. Serão contemplados quatro setores: aeroespacial, de defesa, de segurança e de materiais especiais. Cada uma dessas áreas corresponde ao desenvolvimento de produtos específicos.
A parte aeroespacial inclui tecnologias para foguetes de sondagem e veículos lançadores de satélites, plataformas espaciais e produtos da indústria aeronáutica. A de defesa contempla sensoriamento remoto, sistemas de comando e controle e inovação tecnológica em projetos e programas prioritários. Na área de segurança, os produtos referem-se a sistemas de identificação biométrica e de informações, além de armas não letais. O último setor, o de materiais especiais, reúne fibras de carbono e ligas metálicas, resinas e propelentes sólidos, tubos e demais equipamentos.
Base Industrial de Defesa (BID)
A audiência no Senado teve por finalidade reunir representantes do MD, da Marinha, do Exército e da Aeronáutica que atuam nos setores de Ciência e Tecnologia. A iniciativa partiu do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Na abertura da reunião, o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, senador Zezé Perrela (PDT-MG), explicou que o objetivo era debater as atividades de pesquisa e inovação e os investimentos nos centros de tecnologia das Forças Armadas.
Coube ao vice-almirante Zamith a primeira apresentação. Ele iniciou a exposição com as iniciativas do governo na elaboração da Estratégia Nacional de Defesa, da Política Nacional de Defesa e do Livro Branco de Defesa Nacional, documentos orientadores da defesa brasileira. Depois, Zamith falou da estrutura do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial e a relação do setor com as respectivas áreas das Forças Armadas.
Em seguida, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, almirante Wilson Barbosa Guerra, apresentou os principais programas da Força Naval, com destaque para os programas de construção de submarinos, em Itaguaí (RJ), e de energia nuclear, em Aramar (SP). O almirante Guerra relatou sobre o trabalho no âmbito da Amazônia Azul.
O chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Sinclair James Mayer, detalhou os programas no âmbito da Força Terrestre. Ele relatou que o Exército vem desenvolvendo um polo de ciência e tecnologia em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, para onde serão deslocados os principais centros de tecnologia da Força, inclusive o Instituto Militar de Engenharia (IME), hoje instalado na Praia Vermelha, na capital fluminense.
Para o general Mayer, o Exército tem projetos estratégicos para o país, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), cujo piloto iniciará a etapa de testes no estado do Mato Grosso. A Força Terrestre tem ainda o Astros 2020, o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), o sistema Proteger e o blindado Guarani – carro anfíbio que, além de atender ao Exército Brasileiro, já desperta o interesse de países sul-americanos.
Os projetos da Aeronáutica foram apresentados pelo brigadeiro Walder Almodovar Golfetto. Na exposição, o chefe do Subdepartamento Técnico do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCTA) tratou do programa espacial brasileiro, com destaque para o Veículo Lançador de Satélite (VLS), projeto desenvolvido na Base de Alcântara, no Maranhão, interrompido há dez anos em função de tragédia que destruiu a unidade.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) concluiu a sessão na comissão defendendo maior interação do Senado e destinação de recursos para os projetos das Forças Armadas. Num discurso em defesa do fortalecimento das instituições militares, o senador lembrou a necessidade de mais mobilização para que o setor disponha de investimentos para atender todos os projetos em pauta. Pinheiro explicou que as Forças Armadas não podem ficar a mercê de emendas parlamentares e orçamento engessado.
Em seguida, o presidente da comissão solicitou que os diretores dos Departamentos de Ciência e Tecnologia do MD e das Forças Armadas fizessem os comentários finais. Após esse procedimento, Perrela deu por encerrada a audiência.
Fonte: Ministério da Defesa
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