A Assembleia Parlamentar da Otan condenou nesta segunda-feira o uso indiscriminado da força pelo regime sírio e pediu à ONU que esteja disposta a usar medidas contundentes se Damasco não destruir seu arsenal químico.
A Assembleia aprovou uma resolução sobre a Síria na qual pede ao Conselho de Segurança da ONU que, caso o país não acate a resolução que determina a destruição de seu arsenal químico, sejam "tomadas medidas conforme o capítulo VII da Carta da ONU", que contempla inclusive a possibilidade de uma intervenção militar.
Nesse documento, aprovado no encerramento do 59º encontro anual da assembleia, realizado em Dubrovnik, na Croácia, a Otan lembrou que a guerra síria causou mais de cem mil mortos e mais de dois milhões de refugiados e deslocados.
Mais de 300 parlamentares de países-membros da Aliança condenaram "o uso brutal e indiscriminado da força contra civis inocentes e as violações extensas e persistentes dos direitos humanos pelo regime de Bashar al Assad e outras partes em conflito".
A resolução, aprovada por unanimidade, condena "de modo mais enérgico o uso de armas químicas contra a população civil nos subúrbios de Damasco em 21 de agosto, que deixou mais de mil mortos e milhares de feridos, incluídos bebês, crianças e mulheres".
O documento convoca as partes em conflito a acatar o processo de paz de Genebra e a buscar uma solução negociada ao conflito.
Em outra das resoluções aprovadas no final dos quatro dias de reuniões, a Assembleia cobra apoio político e econômico inequívoco ao Afeganistão depois da retirada das tropas da Otan ano que vem.
Os parlamentares pediram que seus governos destinem às Forças Nacionais Afegãs de Segurança (ANSF) parte do dinheiro que será economizado pelo fechamento da missão internacional.
"A estabilidade de longo prazo no Afeganistão depende do contínuo progresso político, social e econômico e a capacidade das ANSF de refletirem e protegerem a diversidade da população afegã", indicou a resolução.
Esse texto apoia as negociações, inclusive com os talibãs e outros grupos rebeldes, para encontrar uma solução pacífica, desde que desistam do terrorismo e respeitem a Constituição do país.
Os parlamentares advertiram do perigo que representa para a segurança energética de muitos países a "revolução energética" que vivida nos EUA e no Canadá, em referência à crescente extração de gás de xisto nos dois países norte-americanos.
Isto poderia baratear os preços da energia para a Europa, onde essas técnicas não são usadas por causa da oposição da opinião pública baseada à proteção do meio ambiente.
"A Europa poderá enfrentar um potencial choque competitivo se seus preços ficarem muito mais elevados que os da América do Norte", adverte a resolução.
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