A crise síria alterou as prioridades da cúpula do G20 em São Petersburgo. O encontro de gala dos líderes das principais economias do mundo transforma-se numa discussão complexa sobre o direito internacional e o bom senso.
Para manter a imagem, Obama comporta-se como herói de um
western. Nessa situação, muitos peritos depositam grandes esperanças no encontro do Grupo dos Vinte em São Petersburgo. De qualquer modo, os colegas do presidente dos Estados Unidos têm mais capacidades de convencê-lo de não cometer ações suicidas. Fala o diretor do Centro de Parceria de Civilizações do Instituto de Relações Internacionais de Moscou, Veniamin Popov:
"Hoje, a situação no mundo mudou tanto que até os Estados Unidos duvidam se for necessário ou não realizar golpes. Há dez anos, os EUA, sem consultar alguém, ocuparam o Iraque em conjunto com a Inglaterra. As consequências foram terríveis. Até hoje o país não pode voltar a si. Vimos o mesmo em relação à Líbia. Atualmente, assiste-se a uma situação paradoxal. A operação militar é apoiada apenas por dirigentes dos Estados Unidos e da França. Os restantes – mesmo aliados da OTAN – preferem abster-se. No mundo islâmico, os Estados Unidos e a França são apoiados só pela Arábia Saudita, o Qatar e a Turquia. Os outros não os apoiam. Esta é uma nova distribuição das forças no planeta."
Os EUA devem dar provas de precaução, atuando em relação à Síria, para não prejudicar suas relações com Moscou. Tal posição foi expressa pelo secretário de Estado americano, John Kerry, no Comitê de Relações Internacionais do Congresso dos EUA. O secretário de Estado espera que a Rússia altere sua posição no quadro do fórum em São Petersburgo, dando a entender que Barack Obama pode apresentar ao seu colega russo, Vladimir Putin, provas da utilização de armas químicas pelas forças governamentais.
Não é de excluir que essas provas satisfaçam Vladimir Putin. Nas palavras do presidente russo, Moscou será satisfeita por uma investigação objetiva profunda da questão e a apresentação de verdadeiras provas que sejam convincentes e que demostrem com toda a evidência quem foi e que meios foram utilizadas. De seguida, estaremos prontos para agir de forma decisiva, declarou o presidente russo.
É muito importante compreender que a Rússia na Síria não defende Bashar Assad, mas sim as normas e princípios do direito internacional, a ordem mundial contemporânea que obriga, em particular, a resolver todas as questões ligadas ao usa da força exclusivamente no quadro do Conselho de Segurança da ONU. Entretanto, há opinião de que Obama já tenha resolvido tudo para si e não pretende levar em consideração argumentos sensatos. Neste caso, a comunidade internacional irá deparar com certos problemas, considera o dirigente do Centro de Estado do Oriente Próximo Contemporâneo de São Petersburgo, Gumer Issaev:
"A economia mundial sempre reage claramente aos acontecimentos que ocorrem no Próximo Oriente. A intervenção fará subir os preços do petróleo, embora a Síria não disponha de grandes reservas desse combustível como, por exemplo, os países do Golfo Pérsico e o Irã. Este é o prognóstico mais evidente. É evidente também que o cenário sírio não é tão importante para a economia mundial que- continuará a avançar. Mas ao lado encontram-se o Iraque, os principais países árabes. Por isso a instabilidade na Síria influirá negativamente na situação geral."
Após a intervenção americana, no mundo haverá mais um país pobre, atomizado. Para que isso será necessário, em primeiro lugar para os próprios NORTE-americanos – esta é uma pergunta que será feita quase com certeza a Obama no quadro do encontro de cúpula do Grupo dos Vinte em São Petersburgo
Fonte: Voz da Rússia
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