O presidente iraniano, Hasan Rohani, disse hoje (26) que Israel deve assinar o
Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) “sem demora”, ao falar na Organização
das Nações Unidas (ONU). O dirigente acrescentou que “nenhuma nação” deveria ter
armas atômicas.
“Enquanto as armas nucleares existirem, o risco da sua utilização e a ameaça
da sua proliferação persistem”, sustentou Rohani, em nome do Movimento dos Não
Alinhados, em uma reunião sobre o assunto à margem da 68ª Sessão da Assembleia
Geral da ONU.
Para Rohani, o mundo “esperou demasiado tempo” para iniciar o desarmamento
nuclear. “Quase 40 anos de esforços internacionais para criar uma zona sem armas
nucleares no Oriente Médio infelizmente fracassaram”, disse o chefe de Estado
iraniano.
“São necessários passos urgentes, práticos, para a criação de uma tal zona
[livre de armas nucleares]. Israel, o único país na região que não é parte do
Tratado de Não Proliferação Nuclear, deveria assiná-lo sem mais demora”, disse
Rohani. Ele defendeu que todas as atividades nucleares na região deveriam ser
submetidas ao controle da Agência Internacional de Energia Atômica.
Essas declarações foram feitas algumas horas antes de uma reunião sem
precedentes, em Nova York, dos chefes da diplomacia das grandes potências com o
seu colega de Teerã sobre o programa nuclear iraniano.
As grandes potências ocidentais acusam o Irã de pretender produzir armas
nucleares, o que Teerã desmente. As negociações estão suspensas há oito
anos.
É a primeira vez que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se
reunirá, na presença dos ministros dos outros membros permanentes do Conselho de
Segurança da ONU e da Alemanha, com o chanceler iraniano, Mohammad Javad
Zarif.
“Será uma boa reunião, tenho a certeza disso”, declarou Kerry, hoje de manhã,
por ocasião de uma reunião com o seu colega chinês, Wang Yi.
A alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a
Política de Segurança, Catherine Ashton, indicou que se reunirá com Zarif em
Genebra, em outubro, para a primeira série de negociações desde a chegada ao
poder de Rohani, em junho.
Fonte: Agência Brasil
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