quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Governo e rebeldes violam direitos humanos na Síria, diz ONU

 
Novo relatório da Comissão de Inquérito da ONU sobre o conflito na Síria aponta crimes que violam a lei internacional e indícios de uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad.
 
A comissão afirma que o governo e as forças de oposição têm cometido crimes de guerra, como assassinatos de adultos e crianças, torturas, violência sexual, tudo sem qualquer tipo de respeito aos direitos humanos. "Crianças são vítimas de execução", afirma.
 
"Indivíduos estão sendo regularmente assassinados em violação ao direito internacional, que criminaliza o assassinato e a execução sem o devido processo legal", diz.
 
O documento foi divulgado hoje no site do órgão. Essa comissão é presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro e relata uma inspeção feita entre 15 de maio e 15 de julho deste ano.
 
Uma outra comissão da ONU esteve recentemente no país só para investigar o uso de armas químicas num ataque nos arredores de Damasco em agosto, mas ainda não divulgou o resultado.
 
No relatório liberado hoje, a comissão de inquérito afirma que recebeu "alegações" do uso de armas químicas no país. "Predominantemente pelas forças do governo", diz.
 
Entretanto, o relatório diz que não é possível descobrir os agentes químicos usados, nem o mecanismo para aplicá-los. "As investigações estão em andamento", afirma. Em suas recomendações finais, a comissão pede que seja "rejeitado" o uso de armas químicas na Síria.
 
O documento será apresentado na próxima reunião da Comissão de Direitos Humanos da ONU, no dia 24 de setembro. Para os membros da comissão, é preciso estancar o envio de mais armas do exterior para o grupo do governo e também o da oposição: "Não há solução militar neste conflito".
 
De acordo com a comissão, o número de refugiados passa de dois milhões. O relatório relata ainda que o governo da Síria tem cometidos crimes contra jornalistas que cobrem o conflito: "O governo, arbitrariamente, prende, detém e tortura jornalistas".
 
Fonte:  Folha
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