Acabam de ser conhecidos novos detalhes do lançamento de mísseis israelenses no Mediterrâneo, efetuado terça-feira, dia 3 de setembro. Foi uma parte das manobras EUA-israelenses, destinados para testar um sistema antimíssil. A envergadura dos testes foi imponente, embora os próprios mísseis não fossem balísticos. Peritos ligam as manobras à preparação de uma operação militar contra a Síria, assim como à vontade de testar meios de rastreio russos.
O “lançamento de dois alvos balísticos” da parte central do Mediterrâneo foi detectado por radares russos. Os “alvos” rumaram para o leste, em direção à Síria, transmitiram agências noticiosas russas. O mundo ficou paralisado à espera de explosões. Mas nada aconteceu. O incidente aconteceu terça-feira, 3 de setembro, de manhã. Apenas na segunda metade do dia, Israel comunicou ter realizado em conjunto com os Estados Unidos um ensaio de um novo sistema antimísseis Hetz 3 (Arrow). Um avião por cima do Mediterrâneo lançou um míssil-alvo supersônico Sparrow que pode simular mísseis balísticos. O Pentágono adiantou que os testes não têm nada a ver com a suposta operação militar contra a Síria.
Questionado por jornalistas sobre a razão pela qual foi escolhido para as manobras um momento tão inoportuno, quando a situação em torno da Síria se agravou ao máximo, o ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, disse que o país “deve efetuar testes de campo necessários”. Sua resposta foi confirmada por Uzi Rubin, projetista do Arrow 3: “o teste foi planificado há muito tempo, coincidindo casualmente com o elevado nervosismo em torno da Síria”.
Questionado por jornalistas sobre a razão pela qual foi escolhido para as manobras um momento tão inoportuno, quando a situação em torno da Síria se agravou ao máximo, o ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, disse que o país “deve efetuar testes de campo necessários”. Sua resposta foi confirmada por Uzi Rubin, projetista do Arrow 3: “o teste foi planificado há muito tempo, coincidindo casualmente com o elevado nervosismo em torno da Síria”.
É difícil qualificar a coincidência como casual, considera o colaborador científico do Instituto de Orientalística da Academia de Ciências da Rússia, Boris Dolgov:
“Naturalmente, o lançamento de foguetes-alvos foi ligado à suposta operação militar contra a Síria. É evidente que Israel, em conjunto com os Estados Unidos, testa seu sistema antimíssil. A operação militar planificada pode prejudicar também Israel, contra o qual podem ser realizados golpes”.
Na noite de terça-feira, fontes israelenses comunicaram que uma armada de navios americanos estacionada perto do litoral da Síria participou das manobras. Os navios têm meios de destruição de mísseis balísticos Aegis, assim como são munidos de misseis de cruzeiro Tomahawk, prontos para atacar alvos na Síria. Para além do sistema Arrow 3, em Israel foi poso em estado operacional um radar no deserto do Negev. As fontes afirmaram que as manobras tinham por objetivo testar sistemas de detecção de lançamentos de mísseis e não sua interceção.
Se fosse assim na realidade, não houve lançamento de contra-mísseis e o alvo Sparrow de 230 kg de peso e com um raio de alcance de 50 km deveria cair no mar. Militares russos confirmaram este fato. O lançamento do alvo poderia ser ligado também à vontade de testar a reação da Rússia. Comenta o diretor do Centro de Pesquisas Sociais e Políticas, Vladimir Yevseev:
“A meu ver, tal objetivo não foi posto diretamente. Mas, indiretamente, os americanos testaram o nosso novo sistema de radares tipo Voronezh na proximidade de Armavir, que faz parte do sistema de aviso de ataques de mísseis. Os Estados Unidos ficaram convencidos de que o sistema funciona eficazmente. Penso que este será um argumento suficiente, para que eles tenham uma atitude mais ponderada para com o desdobramento do sistema global de defesa antimíssil”.
As manobras decorridas testemunham mais uma vez que a máquina militar contra a Síria já foi posta em ação. Contudo, ainda há possibilidades para prevenir os ataques. Boris Dolgov comunicou estar presente numa reunião da Câmara Social, dedicada à Síria. Na reunião foi expressa a ideia sobre a necessidade de um encontro de parlamentares russos com colegas dos EUA, França e de outros países da OTAN, para explicar-lhes a situação real na Síria. Por mais estranho que seja, os legisladores americanos e franceses conhecem mal o que representa a oposição síria e de que lado eles pretendem combater. São islamistas radicais que constituem a força de choque da oposição síria.
Fonte: Voz da Rússia
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