O secretário de estado americano John Kerry vai assinar nesta semana o primeiro tratado global que regula US$80 bilhões anuais no comércio de armas convencionais com o objetivo de deter o fluxo de armas usadas em crimes de guerra e genocídio.
Uma fonte ligada às negociações diplomáticas confirmou à AFP que Kerry vai assinar o tratado nesta quarta-feira, depois que foi adotado no início deste ano pelas Nações Unidas para regular o comércio de tanques, veículos blindados, aeronaves de combate, mísseis e também armas menores.
O tratado, cuja materialização levou anos, foi adotado a duras negociações nas Nações Unidas. As conversações haviam estancado no ano passado, quando os Estados Unidos solicitaram mais tempo ara revisar o rascunho do texto.
Kerry elogiou a adoção deste tratado "forte, efetivo e implementável", e insistiu que não viola a Constituição americana e, em particular, sua segunda emenda sobre o direito de portar armas.
"O pacto pode reforçar a segurança global ao mesmo tempo que proteger o direito à soberania dos estados quanto ao comércio legítimo de armas", ressaltou em um comunicado em abril.
Este é o principal acordo referente as armas desde o Tratado de Proibição dos Teste Nucleares em 1996, e atinge todas as armas convencionais.
Sua aplicação não é automática, mas busca forçar a indústria de armas dentro dos limites aceitáveis.
Apesar de os Estados Unidos -o maior produtor de armas do mundo- apoiarem o tratado, o Congresso do país deve ainda ratificá-lo.
O poderoso lobby das armas nos Estados Unidos já levantaram algumas objeções, temendo que possa violar os direitos individuais de portar armas dentro das fronteiras dos Estados Unidos.
Mas Kerry insistiu em abril que o tratado se refere apenas ao "comércio internacional e reafirma o direito soberano de qualquer estado para regular as armas em seu território".
O pacto ajudará a criar "um padrão internacional comum para a regulamentação nacional do comércio internacional de armas convencionais", disse Kerry.
Também irá ajudar a "reduzir o risco de que as transferências internacionais de armas convencionais sejam utilizadas para realizar crimes no mundo, como o terrorismo, genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra", concluiu.
Fonte: AFP
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