O presidente interino do Egito, Adly Mansour, prolongou nesta quinta-feira por mais dois meses o estado de emergência, em vigor desde 14 de agosto. A medida foi aplicada por um mês como resposta aos protestos de grupos islamitas contra a deposição do presidente Mohammed Mursi, em 3 de julho.
A retirada do mandatário islamita, escolhido em eleições diretas, foi coordenada pelos militares, depois que seu governo foi contestado por liberais por tomar medidas autoritárias, querer a aplicação da lei islâmica e ser considerado responsável pela forte crise econômica no país.
A saída de Mursi provocou uma forte crise política e intensos protestos da Irmandade Muçulmana, grupo ao qual ele era vinculado. As manifestações terminaram em uma série de confrontos violentos que deixaram mais de 1.200 mortos em dois meses.
Em comunicado, o presidente justificou a decisão por causa da "evolução e da situação de segurança no país" e a atentados terroristas. Na última quinta (5), o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, foi vítima de uma explosão de um carro-bomba, reivindicada por um grupo radical islâmico.
A prorrogação foi aprovada pelo Conselho de Ministros e entra em vigor a partir desta quinta. Com o decreto, o governo interino chega a seu limite de tempo para manter o estado de emergência, se for seguido o anúncio constitucional emitido em julho, logo após a queda de Mursi.
A medida só poderá ser prorrogada se o governo interino convocar um referendo que, se aprovado, pode prolongá-lo por três meses. Durante o período de exceção, o Exército ganha pode de polícia e são suspensos direitos como greve, defesa, propriedade privada e celebração de comícios e eventos políticos.
Além do estado de emergência, diversas cidades egípcias, incluindo a capital Cairo, estão submetidas a toque de recolher noturno, que também foi estipulado em 14 de agosto e deveria durar um mês. O governo ainda não se pronunciou a respeito da manutenção da medida.
Fonte: Folha
0 comentários:
Postar um comentário