O Brasil tentará estabelecer com a Argentina uma aliança para a “defesa cibernética”, como reação direta às supostas ações de espionagem feitas pela agência de inteligência americana, a NSA, contra o governo brasileiro e a Petrobras.
A convite do governo argentino, o ministro da Defesa, Celso Amorim, foi recebido nesta quinta-feira, 12, pela presidente argentina, Cristina Kirchner, na residência oficial de Olivos. Amorim terá encontros nesta sexta, 13, com o chanceler argentino, Hector Timerman, e o ministro da Defesa, Agustín Rossi, acompanhado do general José Carlos dos Santos, comandante do Centro de Defesa Cibernética do Exército.
“Esta é a mais importante área de defesa no século 21 e nós, ainda, estamos dando os primeiros passos e o que queremos é ter uma ação coordenada, conjunta com a Argentina”, disse Amorim.
Segundo ele, após a divulgação da suposta espionagem “a presidente Dilma Rousseff recomendou interesse redobrado nas questões de defesa”.
O ministro afirmou que houve contatos de segundo escalão entre as áreas dos dois países, para a Argentina conhecer o esquema de defesa cibernética da conferência Rio +20. “Mas aquilo era um amistoso. Esta é a Copa do Mundo”, disse o ministro. Horas antes do encontro com Cristina, Amorim disse desconhecer qual o estágio argentino em defesa cibernética e não comentou sobre o que trataria com a presidente.
Há dois meses, em audiência no Senado, Amorim reconheceu a vulnerabilidade da defesa cibernética brasileira. No mesmo mês, durante a cúpula do Mercosul, em Montevidéu, o chanceler argentino, Hector Timerman, afirmou que o governo do país estava investigando o vazamento de dados de e-mails de cem políticos e personalidades argentinas, entre eles os do vice-presidente, Amado Boudou.
Fonte: Valor Econômico
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