terça-feira, 30 de julho de 2013

Um espião que roubou mísseis russos

 
Realizações da República da Coreia no domínio de engenharia de mísseis espaciais baseiam-se em grau considerável em tecnologias russas, inclusive as militares. Esta conclusão segue do depoimento sensacional de um empresário sul-coreano publicado no jornal Chosun Ilbo.
“Cumprindo a missão da inteligência de meu país, consegui exportar da Rússia, camuflando como ferro-velho, vários mísseis balísticos intercontinentais e cinco motores de propulsão para estes. Trouxe tudo isso para a Coreia do Sul e o entreguei ao pessoal da inteligência. Fui condecorado, mas muito em breve as autoridades se esqueceram de mim. Agora não sei o que fazer. Na Rússia tive várias empresas, mais agora eles não me deixam entrar no país,” essas são as confissões sensacionais feitas à imprensa por um empresário sul-coreano que tinha trabalhado durante longo tempo na Federação da Rússia.
O jornal sul-coreano Chosun Ilbo que publicou esta história, assegurou que sua fidedignidade tinha sido corroborada por representantes do Serviço de Inteligência Nacional (중앙정보부, na sigla em coreano), os quais salientaram, porém, que os mísseis “não eram senão uma sucata”. Segundo as averiguações de jornalistas russos, os organismos russos encarregados de zelar pelo cumprimento da legalidade, também estão a par e confirmam toda essa história, assinalando que não tinha sido o primeiro caso de certos representantes sul-coreanos de “profissões civis” cumprirem “missões delicadas” dos serviços secretos da Coreia do Sul.
No que diz respeito ao empresário sul-coreano K., identificado pelo Chosun Ilbo só com a primeira letra de seu apelido, o individuo iniciou seus negócios na Rússia ainda em 1996. Sua empresa, domiciliada em Petropavlovsk-Kamchatsky, ocupava-se de exportação de ferro-velho para a Coreia do Sul. A princípio eram navios desusados, mas em 1997 o K. recebeu autorização do Ministério da Defesa da Rússia a reciclar mísseis balísticos intercontinentais russos localizados em Kamchatka e sujeitos à eliminação de acordo com o tratado com os EUA sobre redução de armas estratégicas ofensivas. Foi exatamente ai que se tramou a história de espionagem.
O projeto chegou ao conhecimento da inteligência sul-coreana, provocando interesse da mesma. Representantes da Agência de Planejamento da Segurança Nacional, como se denominava então a central de inteligência sul-coreana, reuniram-se com o K., solicitando que procurasse trazer um míssil que tivera estragos mínimos. Via de regra, os mísseis foram cortados em pequenos fragmentos na presença de um representante dos EUA. O K., segundo sua própria confidência, fez amizade com o comandante da base e alguns oficiais da contra-inteligência militar russa, os quais, em troca de 700 mil dólares, fizeram vista grossa às atividades do coreano empreendedor. Afinal de contas, em 1998, o K. conseguiu retirar da base fragmentos de grande tamanho de mísseis e seus propulsores, transportou-o como sucata para a Coreia e retornou a sua pátria. Ali, segundo o próprio K., o informe sobre a operação bem sucedida foi elevado para o “cume do poder”, e em 13 de março de 1999 o empresário-espião recebeu das mãos do diretor da inteligência sul-coreana uma medalha por “mérito especial na defesa da segurança nacional” e o prêmio no valor de 10 mil dólares.
Por incumbência do serviço secreto, o K. repetiu operação similar em mais duas ocasiões, em dezembro do 2000 e em novembro de 2001, retirando da Rússia outros três motores de propulsão, fragmentos e algumas peças de mísseis.
“O que eu sei, o míssil foi montado, estudado e os conhecimentos obtidos com isso foram utilizados para fazer o satélite coreano,” comentou o K. A central de inteligência o pediu para extorquir da Rússia outros modelos de armas estratégicas, mas, receando por sua segurança, ele se recusou.
Após isso, o K. dedicou-se exclusivamente aos negócios legais de turismo, mas em 2007 a Rússia lhe negou a entrada no país. De acordo com seus amigos militares russos, por causa de suspeita de ser envolvido em atividades de espionagem. Segundo o Chosun Ilbo, o K. simplesmente tornou-se bode expiatório, porquanto entre a Rússia e a Coreia do Sul na altura surgiu um outro escândalo de espionagem que nada tinha a ver com o K. Na Rússia ficaram ativos do K. no valor de 20 milhões de dólares, portanto, a denegação da entrada se converteu para ele em catástrofe. Em busca de ajuda, o K. dirigiu-se ao Serviço de Inteligência Nacional e o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, mas estes não lhe estenderam a mão.
Afinal, o K. decidiu recorrer à ajuda da imprensa e divulgou toda esta história.
Fonte: Voz da Rússia
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