Um grupo rebelde sírio deteve quatro capacetes-azuis da Organização das Nações
Unidas (ONU) nas Colinas de Golã, região tensa que separa a Síria de Israel.
Esta é a segunda vez em dois meses que observadores militares desarmados da ONU
são feitos reféns pelas Brigadas de Mártires Yarmouk, o que mostra a
vulnerabilidade da missão de manutenção de paz da organização em meio à expansão
da guerra na Síria.
A zona de separação nas Colinas de Golã deveria ser um local livre de grupos
armados, mas nos últimos meses tem sido palco de confrontos entre forças do
governo sírio e combatentes rebeldes.
Kieran Dwyer, porta-voz do departamento de mantenedores de paz da ONU, disse
que os quatro capacetes-azuis - todos filipinos - foram levados nesta
terça-feira, 7, por um grupo armado nas proximidades de Jamla e que "há esforços
em vigor para garantir sua libertação agora."
Martin Nesirky, porta-voz da ONU, disse mais tarde que as Brigadas Yarmouk
assumiram a autoria do sequestro. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
condenou a prisão dos mantenedores de paz e pediu sua libertação imediata,
afirmou Nesirky.
Um porta-voz do grupo rebelde disse em entrevista por telefone à
Associated Press que as Brigadas de Mártires Yarmouk, que operam nas
Colinas de Golã, mantém os soldados em seu poder. Ele falou em condição de
anonimato porque está fora da Síria e atua como mediador de questões de paz
relativas ao grupo.
Em comunicado postado na página do grupo no Facebook, as Brigadas de Mártires
Yarmouk disseram que os capacetes-azuis não são seus reféns, mas são mantidos
com os rebeldes para a própria segurança deles.
No início de março, o mesmo grupo deteve 21 capacetes-azuis filipinos por
quatro dias antes de libertá-los, após duras negociações. O grupo diz suspeitar
que os mantenedores da paz estão protegendo as tropas do presidente Bashar Assad
que, segundo os rebeldes, mataram civis durante uma varredura do Exército em
Wadi Raqat, cidade do sul da Síria.
Fonte: Estadão
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