A Coreia do Sul irá reagir rapidamente a um eventual ataque norte-coreano,
alertou a nova presidente do país na segunda-feira, num momento de elevada
tensão na região por causa da retórica belicosa de Pyongyang e da mobilização
pelos EUA de aviões invisíveis a radares.
A Coreia do Norte diz que a região está à beira de uma guerra nuclear devido
às sanções impostas em fevereiro pela ONU por causa dos testes nucleares
norte-coreanos, e de recentes exercícios conjuntos dos EUA com a Coreia do Sul,
que incluíram uma rara demonstração de poderio aéreo por parte de Washington.
A Coreia do Norte, cuja economia é menor hoje do que há 20 anos, nomeou na
segunda-feira um reformista para o decorativo cargo de primeiro-ministro, embora
a manobra tenha servido principalmente para consolidar o poder do clã do
dirigente Kim Jong-un.
No sábado, a Coreia do Norte declarou-se em "estado de guerra" por causa dos
exercícios militares "hostis" na Coreia do Sul. Mas não há sinais de atividade
militar excepcional que sugira uma agressão iminente, disse uma fonte de defesa
sul-coreana na semana passada.
"Se houver qualquer provocação contra a Coreia do Sul e seu povo, deve haver
uma forte resposta em um combate inicial, sem quaisquer considerações
políticas", disse a presidente Pak Geun-hye numa reunião com o ministro da
Defesa e outras autoridades na segunda-feira.
O Sul alterou suas regras de engajamento militar de modo a permitir que
unidades locais reajam imediatamente a ataques, em vez de esperarem permissão de
Seul.
Depois das críticas à demora e comedimento na reação ao bombardeio de uma
ilha sul-coreana em 2010, Seul está ameaçando agora retaliar rapidamente a
qualquer novo ataque, tendo como alvo inclusive o líder norte-coreano e
destruindo estátuas da dinastia Kim --um plano que causou ainda mais indignação
em Pyongyang.
Os EUA e a Coreia do Sul minimizaram a importância do comunicado de sábado
sobre o "estado de guerra" norte-coreano.
Depois de mobilizar bombardeiros "furtivos" B-2 para exercícios na Coreia do
Sul, os EUA usaram caças F-22, também invisíveis a radares, nas atividades de
domingo.
A intervenção de Park ocorre depois de uma reunião do Comitê Central do
Partido dos Trabalhadores norte-coreano (partido comunista) na qual Kim negou
que o desenvolvimento de armas nucleares vá servir como peça de barganha.
"As armas nucleares da Coreia Songun (alusão à doutrina de ‘os militares em
primeiro lugar') não são boas para arrumar dólares, (não são para) serem
colocadas sobre a mesa de negociações destinadas a forçar (a Coreia do Norte) a
se desarmar", disse ele, segundo a a agência de notícias KCNA.
Fonte: Reuters
0 comentários:
Postar um comentário