Nos últimos dias temos assistidos uma escalada preocupante no tom belicoso norte coreano e uma grande movimentação das forças norte americanas. Outro gigante também realizou movimentações de tropas e equipamentos para a sua fronteira, a China tem observado a escalada de tensão nas relações entre as Coréias e posiciona tropas ao longo de sua fronteira para responder á eventual conflagração do conflito.
EUA defenderão a si mesmos e à Coreia do Sul, diz Kerry
Os Estados Unidos defenderão a si mesmos e à aliada Coreia do
Sul frente as ameaças nucleares da Coreia do Norte, disse nesta terça-feira o
secretário de Estado americano, John Kerry.
Os comentários do chefe da diplomacia de Washington foram feitos em
entrevista coletiva ao lado do seu colega sul-coreano, Yun Byung-se.
Embora os EUA estivessem inicialmente minimizando o tom agressivo dos
norte-coreanos, Kerry classificou as recentes ameaças e a crescente retórica
bélica de Pyongyang como "inaceitáveis".
Mais cedo, o secretário-geral das Nações Unidas e ex-ministro das Relações
Exteriores sul-coreano Ban Ki-moon disse que a crise "já foi longe demais".
"As coisas precisam começar a se acalmar, não há necessidade de a Coreia do
Norte estar em rota de colisão com a comunidade internacional. As ameaças
nucleares não são um jogo", disse o chefe da ONU.
O Pentágono afirmou nesta quarta-feira que enviará nas próximas semanas um sistema avançado de defesa antimísseis balísticos para a ilha de Guam, no Pacífico, enquanto o secretário de Defesa, Chuck Hagel, considerou as ameaças da Coreia do Norte um perigo "real e claro".
A Coreia do Norte fez ameaças nas últimas semanas citando as bases militares dos Estados Unidos em Guam, um território norte-americano no Pacífico, e o Havaí entre seus alvos potenciais, o que colocou a península coreana em alerta e provocou uma mudança na postura de defesa e no planejamento de defesa antimísseis dos EUA.
"Algumas das ações que já foram adotadas ao longo das últimas semanas representam um perigo real e claro", disse Hagel a uma plateia na Universidade de Defesa Nacional, em Washington.
Ele afirmou que tais ações ameaçaram os interesses da Coreia do Sul e do Japão, mas também citou a ameaça direta deles contra Guam, o Havaí e a Costa Oeste dos Estados Unidos.
Logo depois do discurso de Hagel, o Pentágono disse que estava deslocando um sistema conhecido como Defesa Aérea Terminal de Alta Altitude (THAAD, na sigla em inglês), que inclui um lançador montado em caminhão, interceptadores de mísseis, um radar de rastreamento AN/TPY-2 e um sistema integrado de controle de fogo.
"Os Estados Unidos continuam vigilantes em face das provocações norte-coreanas e estão prontos para defender o território dos EUA, nossos aliados e nossos interesses nacionais", disse uma porta-voz do Pentágono.
China movimenta tropas
A China reforçou a presença de militares na província de Jilin, que faz fronteira com a Coreia do Norte, com o envio de soldados, veículos blindados e aviões de combate, segundo divulgou nesta segunda-feira a agência de notícias russa RT. A Marinha chinesa também realizou um treinamento no mar Amarelo, que banha o leste da China e o oeste das Coreias.
De acordo com a agência, a mobilização militar começou ainda no dia 19 de março e só foi revelada nesta segunda-feira por informes da inteligência. Essas informações também dão conta que o exército chinês está em nível 1 de alerta, o grau mais alto de preparação para combate.
Fontes da RT revelam um grande número de soldados nas ruas da cidade de Ji’na, assim como movimento de veículos blindados na zona do rio Yalu, que separa a China da Coreia do Norte. Soldados e veículos blindados também estão perto de Baishan. Aviões chineses, supostamente caças, foram vistos em vários locais da zona de fronteira com a Coreia do Norte, nas províncias de Jilin, Hebei e Liaoning.
Pequim e Pyongyang têm um pacto militar que obriga a China a defender a Coreia do Norte em caso de agressão. As fontes da RT dizem que a movimentação militar detectada nas últimas semanas seriam precauções de Pequim para um eventual conflito armado entre as duas Coreias e os Estados Unidos.
Coréia do Norte aumenta provocação
A Coreia do Norte interditou na quarta-feira o acesso a um polo industrial mantido conjuntamente com a Coreia do Sul, disseram autoridades, o que coloca em risco um comércio de 2 bilhões de dólares por ano, que é vital para o miserável país comunista.
A decisão marca uma escalada no impasse dos últimos meses. Na terça-feira, Pyongyang havia anunciado a reativação de um reator nuclear, atraindo críticas da comunidade internacional, inclusive da aliada China.
Em Pequim, o vice-chanceler chinês Zhang Yesui se reuniu na terça-feira com os embaixadores dos Estados Unidos e das duas Coreias para manifestar "séria preocupação" a respeito da península coreana, disse a chancelaria.
A Coreia do Sul exigiu que Pyongyang libere o acesso ao Parque Industrial de Kaesong, que fica no território norte-coreano, próximo da fronteira.
Seul disse que a Coreia do Norte permitirá que cerca de 800 gerentes e operários de fábricas sul-coreanos que estão na zona voltem para suas casas, mas acrescentou que apenas 36 aceitaram fazer isso na quarta-feira, indicando que as fábricas continuam operando.
Quem ficou o fez por opção própria, mas pode ficar sem comida, porque todos os mantimentos precisam ser levados de caminhão da Coreia do Sul, segundo o Ministério da Unificação, que trata de todos os assuntos de Seul com a Coreia do Norte.
"Se a questão for prolongada, o governo está ciente de tal situação se materializando", disse um porta-voz do ministério quando questionado sobre o risco de escassez de alimentos.
Desde sua inauguração, em 2000, como parte dos esforços para melhorar as relações bilaterais, o polo industrial nunca interrompeu formalmente suas operações. Ele abriga 123 empresas e emprega 50 mil norte-coreanos, produzindo bens baratos, como roupas.
Alguns especialistas sul-coreanos disseram que as restrições norte-coreanas podem ser temporárias, já que o polo industrial é uma importante fonte de renda para Pyongyang.
Mas, em Paju, cidade sul-coreana junto à fronteira, há o temor de que o fechamento seja definitivo, acabando com um dos poucos exemplos de cooperação entre as duas Coreias.
"A confiança entre o Norte e o Sul irá desmoronar, assim como a confiança que temos com nossos compradores. Vamos acabar sofrendo os danos disso", afirmou Lee Eun-haeng, que dirige uma fábrica de roupas em Kaesong, falando à Reuters no lado sul da fronteira.
A empresa de Lee emprega 600 norte-coreanos, que ganham em média 130 dólares por mês.
O polo industrial tem grande valor simbólico para os dois países. Ele gera dinheiro para o Norte, e funciona como um farol da prosperidade econômica do Sul dentro do país vizinho.
GUERRA RETÓRICA
A atual guerra retórica da Coreia do Norte contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos se intensificou depois de a ONU impor novas sanções ao país por causa do seu teste nuclear de 12 de fevereiro.
Ao mesmo tempo, Washington e Seul iniciaram exercícios militares conjuntos anuais, que incluíram o uso de aviões norte-americanos invisíveis a radares - algo visto por Pyongyang como prenúncio de uma invasão.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou ações militares contra a Coreia do Sul e os EUA, mas analistas dizem que não há movimentação que indique um ataque iminente.
A notícia da interdição de Kaesong inicialmente afetou os mercados financeiros sul-coreanos. O won, moeda local, chegou a ser negociado na sua menor cotação em seis meses e meio, mas depois se recuperou.
Mais ameaças aos EUA
O Exército da Coreia do Norte advertiu nesta quinta que havia recebido a autorização final para lançar um ataque contra os Estados Unidos com um eventual uso de armas nucleares, segundo um comunicado divulgado pela agência estatal KCNA.
O Estado-Maior do Exército norte-coreano indicou que havia expressado formalmente a Washington que as ameaças americanas serão "esmagadas" utilizando "meios nucleares modernos, leves e diversos", segundo o comunicado.
"A operação sem compaixão das forças armadas revolucionárias neste aspecto foi finalmente examinada e ratificada", indicou.
O Exército advertiu na nota que "o momento de uma explosão (da situação) se aproxima rapidamente" e que uma guerra na península coreana pode eclodir "hoje ou amanhã".
Fonte: GBN-GeoPolítica Brasil com agências de notícias
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