O Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou nesta terça-feira os rebeldes sírios de terem feito um ataque com armas químicas em uma localidade da Província de Aleppo, no norte do país. Por outro lado, países ocidentais alertaram sobre as consequências do uso desse tipo de armas.
Segundo a agência de notícias estatal síria Sana, pelo menos 25 pessoas morreram no ataque que, segundo o meio de comunicação, foi feito com o lançamento de um míssil por terra. Os rebeldes, no entanto, acusam o regime sírio de realizar o ataque, após um bombardeio de mísseis Scud.
Em comunicado, a Chancelaria russa afirmou que o uso das armas químicas é "um avanço extremamente alarmante e perigoso". "Nós estamos seriamente preocupados com que as armas de destruição em massa tenham caído nas mãos dos rebeldes, o que piora a situação e eleva os confrontos a um novo nível".
A Rússia é aliada do regime sírio e vetou três resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o ditador Bashar Assad, como forma de reprimir a violência. Por outro lado, países ocidentais não confirmaram as informações sobre o ataque, mas advertiram sobre as consequências do uso de armas químicas.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que acompanha a situação com cautela, mas disse não ter provas de que a bomba foi usada. Ele lembrou que o presidente Barack Obama autorizaria uma intervenção militar caso haja informações confirmadas do uso de armas químicas.
Em nota, a Chancelaria britânica também fez menção à proposta, dizendo que a proliferação do armamento "demandaria uma resposta séria da comunidade internacional".
ATAQUE
O regime sírio diz que o ataque foi na manhã desta terça, na vila de Khan al Assal, na Província de Aleppo, no norte do país. Segundo a agência de notícias Sana, pelo menos 25 pessoas morreram e 85 ficaram feridas na ação.
Um fotógrafo da agência de notícias Reuters, que estava na cidade de Aleppo (a 30 km do local da explosão), disse que as diversas pessoas chegaram ao hospital da universidade local sofrendo problemas respiratórios. Algumas das testemunhas disseram que sentiram cheiro de cloro no ar.
O comando do Exército Livre Sírio, principal entidade rebelde, acusou o regime de Assad de lançar o ataque, com um míssil Scud, de longa distância. As informações sobre o ataque não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime sírio à entrada de jornalistas internacionais.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas disse que não recebeu nenhuma informação sobre o uso de armas químicas nos últimos dias na Síria e que não pôde confirmar de forma independente o bombardeio em Aleppo.
Mais tarde, o ministro da Informação sírio, Omram al Zoabi, acusou os opositores pelo ataque. Também disse que a Turquia e o Qatar, que apoiam os rebeldes, possuem "responsabilidade moral, legal e política" pelo uso das armas químicas.
O conflito na Síria completou dois anos na semana passada. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 70 mil pessoas morreram no período e 1 milhão saíram do país em busca de refúgio, em especial em acampamentos de países vizinhos.
Fonte: Folha
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