quarta-feira, 27 de março de 2013

Recusa a pedido de mísseis ajuda Assad, diz líder da oposição síria

 
A recusa das potências internacionais em fornecer mísseis Patriot para defender áreas controladas pelos rebeldes do norte da Síria envia uma mensagem ao presidente Bashar al-Assad "para fazer o que quiser", disse o líder da oposição síria, Moaz Alkhatib, nesta quarta-feira.
 
Alkhatib também disse à Reuters em uma entrevista que ele não vai recuar da renúncia como líder da principal coalizão de oposição síria, mas que ainda vai exercer funções de liderança, por enquanto.
 
A Otan disse na quarta-feira que não tem qualquer intenção de intervir militarmente na Síria, após Alkhatib ter pedido aos Estados Unidos o uso de mísseis Patriot posicionados na Turquia para proteger áreas controladas pelos rebeldes do poder aéreo Assad.
 
"Ontem eu fiquei realmente surpreso com o comentário emitido a partir da Casa Branca de que não era possível aumentar o alcance dos mísseis Patriot para proteger o povo sírio", disse ele.
 
"Estou com medo que isso seja uma mensagem para o regime sírio dizendo: 'Faça o que quiser'."
 
Perguntado sobre sua renúncia, no domingo, como líder da coalizão rebelde --que ele disse ter sido motivada principalmente pela frustração com a relutância do Ocidente em aumentar o apoio à oposição-- ele disse: "Eu entreguei minha renúncia e não desisti. Mas tenho que continuar com meus deveres até que o comitê geral encontra (um substituto)."
 
Em cúpula, países árabes dizem ter direito de armar rebeldes sírios
 
Participantes de uma cúpula árabe decidiram nesta terça-feira, 26, que os países da Liga Árabe têm o direito de oferecer apoio militar aos rebeldes da Síria, segundo uma declaração preliminar à qual a Reuters teve acesso.
 
O texto da cúpula, que ocorre no Catar, pede a organizações regionais e internacionais que reconheçam a Coalizão Nacional para as Forças Revolucionárias e Oposicionistas Sírias como única representante legítima do povo sírio.
Apesar do significado diplomático, a declaração, que ainda não foi aprovada oficialmente, pode ter poucas implicações práticas para os governos árabes.
É que esses países não estão submetidos aos embargos armamentistas declarados pela União Europeia e os EUA contra a Síria, e por isso cada um deles pode decidir por conta própria se fornece ou não armas aos rebeldes.
Embora cite como prioridade a busca por uma solução política para a crise síria, o texto "afirma o direito de cada Estado, de acordo com seu desejo, de apresentar todo tipo de medida para a autodefesa, inclusive militar, em apoio à resolução do povo sírio e do Exército Sírio Livre", diz o esboço de declaração.
A guerra civil síria, que já causou estimadas 70 mil mortes em dois anos, domina esta edição da cúpula árabe.
Fonte: Reuters
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