Após dez dias de negociações, os países membros da ONU fracassaram em mais uma tentativa de concluir um tratado para regulamentar o comércio internacional de armas convencionais devido a oposição do Irã, da Coréia do Norte e da Síria. Os três países afirmaram formalmente sua oposição ao texto.
“Não houve consenso para a adoção (do texto)”, afirmou o diplomata australiano Peter Woolcott presidente da Conferência Internacional sobre Armas realizada em Nova York.
Vários países, entre eles da Europa, da África e da América Latina e os Estados Unidos, apoiaram a iniciativa apresentada pelo Kênia de enviar o texto para ser analisado e adotado pela Assembléia Geral da ONU assim que possível.
A Assembléia previu essa possibilidade quando convocou a conferência, definida por uma resolução adotada em dezembro. A Assembleia poderá retomar as discussões sobre o assunto a partir da semana que vem com grandes chances de que o texto seja adotado por uma maioria de dois terços (130 dos 193 países membros).
O México sugeriu superar o bloqueio de Teerã, Damasco e Pyongyang, mas a Rússia se opôs, denunciando uma “manipulação do consenso”.
“Um tratado bom e rigoroso foi bloqueado, mas a maioria dos países quer uma regulamentação”, afirmou a negociadora britânica Jô Adamson. Segundo ela não houve um fracasso, mas "um sucesso que foi adiado".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ter ficado “extremamente decepcionado com o fracasso”. Ele disse que o tratado era "equilibrado" e expressou o desejo de que os país membros continuem seus esforços para que entre em vigor o mas rápido possível.
Refém
“O mundo tornou-se refém de três países”, reagiu Anna MacDonald, da ONG OXFAM. “O tratado será uma realidade, é uma questão de tempo”, defendeu.
Para Brian Wood, da Anistia Internacional, a atitude da Coréia do Norte, Irã e Síria foi “profundamente cínica”. Ele pediu que a Assembleia Geral da ONU adote o tratado assim que possível.
O embaixador iraniano na ONU, Mohammed Khazaee, afirmou que o tratado “abria as portas para politização, manipulação e discriminação” e que “ignorava o direito dos Estados de comprar armas convencionais para se defender de uma agressão”.
O representante norte-coreano Ri Tong-Il julgou que o texto não “era equilibrado” e poderia ser facilmente “manipulado politicamente pelos principais exportadores de armas".
Negociado há 7 anos, o tratado tem como objetivo moralizar as vendas de armas tradicionais, um mercado avaliado em 80 bilhões de dólares por ano. Seu princípio estabelece que cada país avalie, antes de qualquer transação, se as armas negociadas ameaçam contornar um embargo internacional, cometer genocídio ou outras “violações graves” de direitos humanos, ou se elas podem cair nas mãos de terroristas ou criminosos.
O documento se refere a pistolas e até aviões e navios de guerra, e inclui também mísseis.
Fontes: RFI
Os países que foram contra deveriam, antes de se opor, sugerir um adendo para o cumprimento do acordo. Esse adendo poría fim imediato a todos os mísseis de longo e médio alcance, independente da classe destes mísseis, apartir do momento que esses mísseis fossem extinto da face da terra, as outras armas seriam destruidas também. Daí a coisa ja partiria de uma igualdade entre as nações. Duvido que as principaís potências agressoras, Europa e EUA, topariam.
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