Ambos os líderes fizeram questão de mostrar como respeitam um ao outro,
observou o correspondente da BBC em Jerusalém, Wyre Davies.
O primeiro dia desta visita histórica foi recheado de palavras e imagens
destinadas a apagar as cenas incômodas de três anos atrás, quando os dois
deixaram claro que não concordavam em muitas questões.
Obama e Netanyahu disseram compartilhar os mesmos objetivos e que concordam
com o direito de Defesa de Israel.
Também reafirmaram seu comprometimento com uma solução de dois Estados para o
conflito israelense-palestino.
Netanyahu disse que o fato de o presidente americano escolher Israel como
destino da primeira visita ao exterior de seu segundo mandato é "profundamente
apreciado".
Ele também agradeceu Obama "pelo investimento feito em nossas relações e em
reforçar a aliança entre nossos países".
Os esforços funcionaram, mas tudo pareceu um pouco forçado, diz Davies.
Em pelo menos cinco ocasiões Obama se referiu ao primeiro-ministro israelense
como Bibi.
"O apelido talvez tenha sido usado em excesso por um às vezes desconfortável
presidente americano, ansioso para atrair a atenção dos israelenses comuns",
afirma o corrspondente da BBC.
Irã
Apesar das demonstrações de sintonia, no tocante ao conteúdo há ainda
claramente uma grande diferença de opinião: o Irã.
Netanyahu mencionou a questão em sua primeira frase, e depois
repetidamente.
Ele também nos lembrou mais uma vez que Israel tem o direito à
autodeterminação e à defesa.
"A implicação óbvia aqui é que ele pensa que Obama ainda tem esperança de uma
solução diplomática para evitar que o Irã obtenha armas nucleares", diz
Davies.
Durante a visita, Obama disse que os EUA farão o que for necessário para
impedir que o Irã obtenha armas nucleares. Disse também que a segurança de
Israel não é negociável.
Mas Obama afirmou que os EUA preferem resolver a questão iraniana por meio da
diplomacia, apesar de afirmar que todas as opções estão na mesa.
Netanyahu agradeceu Obama pelos esforços em relação ao Irã, mas disse que
qualquer medida deve ser apoiada por uma opção militar clara e digna de
confiança.
Em outras questões, parece haver maior convergência.
Especialmente em relação à Síria e à região num contexto mais amplo há uma
visão compartilhada entre EUA e Israel de que é um local cada vez mais volátil,
uma ameaça à estabilidade global.
Quanto ao processo de paz entre israelenses e palestinos, o presidente
americano deu a entender que talvez tenha algo de maior substância a dizer sobre
o assunto em seu grande discurso marcado para esta quinta-feira.
Fonte: BBC Brasil
0 comentários:
Postar um comentário